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A parte lógica do seu cérebro, a parte que ainda tinha páginas de livros de enfermagem memorizadas de seu treinamento, lhe dizia que esse paciente não voltaria

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A parte lógica do seu cérebro, a parte que ainda tinha páginas de livros de enfermagem memorizadas de seu treinamento, lhe dizia que esse paciente não voltaria. Ele foi injetado com todos os medicamentos disponíveis, foi entubado e recebeu choques e todas as outras formas de medidas potencialmente salvadoras foram executadas nele, e ele ainda não estava se recuperando.

Seu coração e a parte do seu cérebro que decidiu que o fechamento da emergência foi sua culpa, lhe disseram que se ela continuasse com as compressões torácicas por mais um minuto , poderia salvá-lo. Ele lhe disse que ela não poderia arruinar a vida de outra pessoa com suas ações.

— Enfermeira Guerra, o paciente está morto. — Ela ouviu o Dr. Alves dizer com firmeza do outro lado da cama. — Pare suas compressões.

Ela não tinha fôlego para falar, então balançou a cabeça freneticamente e continuou seu ataque implacável no peito do homem imóvel. Seus braços doíam com o esforço, e podia sentir uma fricção queimar nas costas de sua mão de baixo pelo deslizamento de suas palmas cansadas, mas só tinha que continuar por mais um minuto e ele iria...

— Chiara. — Karoline disse gentilmente, pegando seus pulsos e segurando firme quando ela tentou empurrá-los para longe dela. — Chiara, ele se foi.

Seus braços ficaram frouxos em seu aperto, e se forçou a olhar para ela; foi apenas o embaçamento do rosto dela que fez ela perceber que estava chorando há algum tempo. Ela limpou suas bochechas com cuidado, e sua visão clareou um pouco. A preocupação estava gravada em cada linha de seu rosto, e ela abriu a boca para falar, mas o Dr. Alves a impediu.

— Você não o salvou, enfermeira Guerra. — Ele disse cruelmente. — Você deveria ter percebido isso antes.

Karoline chamou seu nome preocupada enquanto fugia da cama, mas ela a ignorou e não parou de correr até que atravessou as portas do pronto-socorro e o ar de setembro atingiu suas bochechas manchadas de lágrimas em um beijo frio. Ela sentiu o gosto de bile na boca, e prontamente se inclinou e vomitou.

Chiara ainda estava ofegante com as mãos apoiadas nos joelhos quando Karoline saiu do pronto-socorro e se aproximou dela rapidamente. Ela sentiu a mão dela em suas costas guiá-la para se sentar contra a parede, e sentiu ela persuadir sua cabeça a descansar entre os joelhos.

— Apenas respire. — Ela disse calmamente. — Vai ficar tudo bem.

— É minha culpa. — Chiara soluçou, batendo a testa contra os joelhos e chorando mais forte. — É tudo minha culpa, Karol.

— Aquele paciente estava codificando antes de passar pela porta, Chiara. — Ela raciocinou. —Você e eu sabemos que ele não iria sobreviver. Você fez tudo o que podia por ele.

— Não isso. — Ela sussurrou, limpando o nariz escorrendo e sentando para olhar para ela. Confusão estava escrita em todo o rosto, e ela respirou fundo que queimou seus pulmões. — É minha culpa que o pronto-socorro esteja fechado.

Do outro lado do corredor ● CHIARA + ARIOnde histórias criam vida. Descubra agora