Chiara é uma enfermeira da Pronto Socorro, acostumada a tratar dezenas de pacientes e nunca mais revê-los. Porém, alguns dias depois de tratar Ari, homem charmoso machucado em um protesto contra o recém-eleito governador Moretti. Chiara descobre que...
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Havia uma estranha melancolia em ver seu apartamento como estava no dia em que Chiara se mudou, sem nenhum de seus toques pessoais dando vida a ele. Era como se ela tivesse voltado no tempo, ou tivesse apagado o tempo completamente e nunca tivesse morado lá. O pensamento de que sua influência em sua antiga casa tinha sido tão facilmente eliminada doeu um pouco.
— Algo mais para levar?
Ela se virou para a voz de Ari, tirada de seus pensamentos pelo reaparecimento dele em sua porta. Atrás dele, ela podia ver sua própria porta aberta, e podia apenas vislumbrar as caixas contendo suas posses terrenas empilhadas na sala de estar. Ela balançou a cabeça, olhando para trás, para os ossos de sua própria sala de estar.
— Isso é tudo. — Chiara disse a ele calmamente, envolvendo seus braços em volta de si mesma e mordendo o lábio. Ele percebeu, e se moveu para envolver seus próprios braços em volta dela, colocando sua cabeça confortavelmente sob seu queixo. Ela se inclinou em seu abraço, liberando a respiração que estava segurando.
Ela esperava que ele dissesse alguma coisa, talvez para perguntar se ela estava pronta para sair, mas depois de alguns momentos ficou claro que não seria ele quem quebraria o silêncio que havia caído. Ele estava a segurando até que ela estivesse pronta, ela percebeu, e a percepção a deixou pronta.
— Vamos. — Chiara respirou contra o pescoço dele, e seus braços apertaram brevemente antes que ele a soltasse.
— Eu vou colocar a chaleira no fogo. — Ele disse, beijando sua bochecha e indo para o seu- deles -apartamento. Estava tão perto que ela ouvia o clique da chaleira ligando, e ainda assim parecia a um milhão de quilômetros de distância.
— Acho que é isso. — Ela disse, sua voz soando estranha no apartamento vazio, e então bufou em descrença. — Não, eu não vou fazer isso. Eu não estou falando com um apartamento. Adeus!
Com isso, ela largou as chaves no balcão que não era mais seu e saiu, fechando a porta com firmeza atrás de si. Ela se inclinou contra ela por alguns segundos, antes que uma faísca de excitação saltasse em sua barriga e não pudesse mais resistir à vontade de ir para casa.
— Lar Doce Lar! — Chiara chamou, sorrindo enquanto fechava a porta atrás dela e se dirigia para sua cozinha. Ari olhou para ela, seu sorriso combinando com o dela enquanto ele se movia para segurar sua cintura suavemente.
—Bem-vinda a casa, amor. — Ele cantarolou, pressionando um beijo amoroso em seus lábios, —Você quer começar a desfazer as malas?
Ela assentiu, e ele deslizou a mão na sua, puxando-a para a sala de estar. Foi só então que ela notou que ele havia feito algumas mudanças neste apartamento também.
— Eu queria que houvesse espaço para suas coisas. — Ele explicou timidamente. — Esta é a nossa casa agora, afinal.
Chiara sorriu suavemente para si mesma enquanto olhava para as novas lacunas entre os porta-retratos e outros enfeites nas prateleiras da parede oposta, e a estante que antes estava cheia, mas agora estava vazia do lado direito. Ela se virou para ele e o abraçou com força.
