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A quinta-feira passou surpreendentemente rápida, Ari ficou ocupado com os preparativos para um próximo protesto

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A quinta-feira passou surpreendentemente rápida, Ari ficou ocupado com os preparativos para um próximo protesto. O governador Moretti havia anunciado naquela manhã que estava planejando socorrer um homem de negócios poderoso e de alto nível da cidade que estava indo para a falência, e foi preciso apenas uma pequena escavação para descobrir que a mudança foi às custas de uma nova biblioteca pública sendo aberta. 

Os protestos haviam entrado em ação. Em poucos minutos, uma petição tinha sido lançada, um artigo escrito apressadamente e uma data marcada para um protesto mostrando quantas pessoas eram contra as ações de Moretti. Durante todo o dia, Ari esteve no escritório do Borges- apesar de ainda ter o dia de folga - planejando o caminho para o protesto. 

Isso o fez sentir-se um pouco doente por ter se encontrado planejando uma rota nas ruas mais largas que podia, uma pequena voz em sua cabeça dizendo-lhe que se a CBML aparecesse naquelas ruas, então alguns de seus amigos poderiam conseguir fugir. A apreensão borbulhante como ácido em sua barriga era subjugada de vez em quando pelos pensamentos sobre Chiara.

Ele a veria esta noite, depois de alguns dias sem sequer conseguir uma rápida saudação ou um beijo, de passagem no corredor. Chiara havia mandado uma mensagem para ele no intervalo no hospital há alguns dias para dizer que ela havia conseguido reservar o jantar para hoje à noite às sete horas, e ele mal podia esperar para vê-la novamente. 

Sua vida começava a parecer que estava dividida em duas categorias: tempo que passava com ela e tempo que ele desejava fosse passado juntos. Agradavelmente distraído por esta última categoria, seus olhos se desviaram para o outro lado da escrivaninha, onde Chiara havia ficado na semana passada e pegado sua mão na dele. A memória o aqueceu e, enquanto ele esticava os braços para aliviar a dor que se instalou por causa da digitação durante toda a tarde, ele se perguntava quantas horas lhe restavam até que ele pudesse pegar sua mão novamente. Ele olhou para o relógio e depois quase se chicoteou dando uma segunda olhada. Seis quarenta e nove. 

— Merda, merda, merda! — Ari exclamou, de pé, em pânico, da escrivaninha. 

Apesar da adrenalina que corria por suas veias, ele não tinha certeza absoluta do que tinha que fazer. Algo em seu cérebro lhe disse para verificar seu telefone; sim, isso iria ajudar. Certamente Chiara teria mandado uma mensagem de texto para ele. 

1 nova mensagem dela:

18:43 Minha porta está destrancada x

Ele franziu o sobrolho em confusão; não era isso que ele esperava. Chamadas perdidas, talvez, ou um texto dizendo a ele para não se incomodar em falar com ela novamente. O x no final de sua mensagem e a falta geral de expletivos lhe disseram que ela não estava zangado com ele inadvertidamente o deixando de pé no terceiro encontro, mas ele ainda assim se viu puxando o casaco e partindo sem sequer um "adeus"!

Indo a uma caminhada rápida que ocasionalmente entrava em uma corrida nervosa, ele conseguiu entrar no seu prédio exatamente às sete horas. Ele apertou o botão para chamar o elevador e então, apenas cinco segundos depois, considerou que estava demorando demais e empurrou pela porta próxima para pegar a escada dois degraus de cada vez.

Do outro lado do corredor ● CHIARA + ARIOnde histórias criam vida. Descubra agora