A Year and a Day | Sevmione

[17] O Professor e o Aprendiz

Foi um fim de semana agitado, com tudo pronto para o retorno dos alunos no domingo à noite. Hermione voltou facilmente à sua rotina, mas a agenda dele seria interrompida até certo ponto pelo seminário de duas semanas de NIEMs sênior que ele sempre ensinava em equipe com Sprout logo após as férias de Páscoa - a aula se concentrava em plantar, cuidar e colher plantas que eram cultivadas quase que exclusivamente para a preparação de poções. Não era algo pelo qual ele estivesse particularmente ansioso e, geralmente, no final, ele estava quase arrancando os cabelos - em vez de amaldiçoar sua colega de polegar verde - por causa de seus métodos de ensino muito diferentes, mas os alunos precisavam desse tipo de instrução prática e dedicada e ele nunca seria negligente em garantir que eles recebessem uma educação completa em poções, independentemente de alguma coisa ter sido realmente assimilada. Durante o banquete de boas-vindas, ele relutantemente abordou o assunto com seu colega.

— Claro, Severus. Na verdade, já coloquei no calendário. Praticamente na mesma época dos anos anteriores?

Ele assentiu severamente.

— Excelente! Isso será emocionante! — ela exclamou. Ele desviou o olhar para esconder seu sorriso de escárnio e não percebeu a piscadela de conhecimento de Sprout para Hooch, mas sua esposa com olhos de águia não o fez, e quando todos se levantaram para sair, ela encurralou Sprout.

— Tudo bem – o que você tem na manga, professora? — ela perguntou, dando-lhe o título respeitoso que era devido a Sprout, mas por outro lado imbuindo a pergunta de suspeita.

— Eu garanto a você, Hermione, isso não é nada fora do normal. Pergunte a Severus – temos feito esse colóquio todos os anos desde que ele começou a ensinar poções. Na verdade, foi ele quem sugeriu fazer isso há quase vinte anos. O velho Sluggy não estava muito interessado em continuar a tradição no ano passado — acrescentou ela em tom de censura —, então estou feliz que ele tenha retomado a tradição.

— Tenha certeza de que vou perguntar a ele — respondeu ela, ainda desconfiando da professora de herbologia.

— Faça isso, com certeza — disse Sprout com um bufo um tanto ofendido antes de se desculpar para ir até seus aposentos.

Quando ele voltou das boas-vindas aos sonserinos, ele confirmou tudo o que Sprout havia dito. Ela ainda tinha dúvidas, mas teria que ficar satisfeita, pelo menos por enquanto.

Não houve muitas oportunidades para beijar na primeira semana de volta – os dois estavam muito ocupados e caíam na cama todas as noites exaustos. Na terça-feira da semana seguinte, ele se dirigiu à estufa de ensino de Sprout – conforme a tradição, ele foi o último a chegar. Todos haviam se sentado à longa mesa de vasos – ela estava na outra ponta – e Longbottom arrumava as coisas na frente. Olhando em volta, ele não viu nem a pele nem o cabelo da professora de herbologia.

— Onde está a professora Sprout? — ele perguntou bruscamente.

O aprendiz deu-lhe um sorriso cheio de dentes.

— Receio que seja eu por enquanto, professor. — Sua expressão ficou nitidamente fria. Inclinando-se para o carrancudo mestre de poções, Longbottom sussurrou por trás de sua mão. — Eu prometo que não vou explodir você.

O lado atrevido não o acalmou nem um pouco, e ele abruptamente se virou e se dirigiu ao escritório de Sprout, claramente pronto para expressar seu descontentamento com o novo arranjo de ensino. Do outro lado da mesa, Hermione de repente percebeu por que Sprout havia piscado para a instrutora de vôo - Neville iria ser co-ministrador da aula. A vontade de se desculpar para evitar que ele azarasse a professora de herbologia na próxima semana era forte, mas ela não via nenhuma maneira de sair discretamente e certamente não queria minar a autoridade de Neville fazendo isso – Sprout teria apenas que receber qualquer surra que ele estava claramente ansioso para dar a ela.