A Year and a Day | Sevmione

[08] Em casa para as festas de Natal, pt. 1

Ele sabia quando ela tinha ido ver Madame Pomfrey, principalmente porque eles foram almoçar juntos, conversando sobre poções analgésicas. Ela agradeceu a Poppy quando a curandeira sentou-se em seu lugar habitual e Hermione continuou em seu lugar ao lado dele.

— Acredito que Poppy foi capaz de ajudá-la — comentou ele, sem expressar em voz alta exatamente em que ela poderia precisar de ajuda.

Ela corou e olhou para ele por baixo dos cílios.

— Sim, obrigada, e obrigada por insistir para que eu a veja — acrescentou ela com mais ênfase. — Madame Pomfrey me deu algo específico para minhas, er, necessidades. — O rubor queimou mais profundamente. — No entanto, ela também disse para informá-lo de que não era provável que isso ajudasse em nada no meu mau humor — ela comentou ainda com humor.

Ele bufou em resposta.

— Como se algo pudesse — observou ele, com um leve sorriso rastejando em sua expressão, que ele escondia dos outros, segurando a taça nos lábios. Ela deu uma risadinha autodepreciativa.

Nas seis semanas seguintes ao Halloween, o relacionamento deles começou a mudar sutilmente. Ela o pegou olhando para ela em momentos estranhos – o pouco que ela viu da expressão dele antes de ficar completamente vazia foi... especulativo era a única palavra para isso, mas então ele fungava com indiferença, como se não a estivesse observando antes de voltar ao que quer que estivesse fazendo. Ela notou que ele caminhava ao lado dela agora, sempre que eles iam e voltavam das refeições juntos, em vez de seguir em frente em seu ritmo acelerado de costume, independentemente do fato de que ela praticamente tinha que correr para acompanhá-lo. Ele também se tornou mais tolerante com o gato dela. Quando ela se mudou, ele costumava gritar para ela tirar o meio-kneazle da mesa ou da cadeira. Depois de um tempo, ele apenas gritou diretamente com Bichento, que aguentou o passo enquanto se afastava languidamente. Depois do Halloween, porém, ele começou a pegar o animal em sua mesa e colocá-lo em frente ao fogo da lareira – que às vezes ele acendia para o animal – ou em sua cadeira de leitura. E se a criatura mágica já estava em sua cadeira quando ele queria ler, ele simplesmente a transferiu para seu colo. Ele resmungou sobre isso e fez comentários sarcásticos sobre o pelo laranja que grudava em suas vestes pretas, mas o fato de Bichento não ter prestado atenção nele dizia muito. Ele também começou a pedir a Sage que trouxesse o chá da manhã quando a ouvia se movimentando no quarto, então ele estava pronto e esperando quando ela aparecesse no escritório.

Ela também estava atenta de maneira semelhante. Nos bastidores, ela o encorajou indiretamente a comer mais nas refeições, consultando os elfos da cozinha sobre suas comidas favoritas e pedindo que fizessem mais. Demorou apenas alguns dias para ele suspeitar - interrogar Sage foi dolorosamente fácil e a elfa doméstica de boa vontade revelou o esquema. Desta vez, ele não castigou a esposa por sua presunção, mas simplesmente aproveitou a recompensa, mesmo que continuasse comendo pouco. Na mesma linha, ela também garantiu que ele tomasse um chá adequado à tarde - incluindo sanduíches e doces ocasionais - sempre que possível. E ela também o observava mais – quando ele estava trabalhando na escrivaninha, lendo perto da lareira e, claro, nas aulas.

Ele achava as observações dela um pouco enervantes às vezes. Por mais discreta que ela fosse, ele notou que ela olhava furtivamente para ele, especialmente na hora de dormir, quando ele se despia, ficando apenas com o colete e as calças, antes de ir ao banheiro para continuar com suas abluções. Isso o deixava extremamente constrangido – naqueles momentos a marca escura e as cicatrizes do ataque de Nagini ficavam totalmente expostas. Ele teria começado a se despir no banheiro, mas sabia que ela iria registrar e, portanto, provavelmente comentaria qualquer mudança em sua rotina. Ele também não estava preparado para ir na direção oposta, tirando corajosamente a camiseta, expondo não apenas mais cicatrizes, mas também o fato de que não era tão musculoso quanto ela havia dito ao garoto Weasley, mesmo que ele fosse realmente um dos magos mais poderosos da Grã-Bretanha.