A Year and a Day | Sevmione

[16] Acima do solo

Como estava escuro e tão poucas casas ao redor da sua estavam ocupadas no momento, ele os aparatou diretamente para o jardim dos fundos de Spinner's End – o edifício assomava escuro e agourento à luz fraca da lâmpada na rua na frente da casa. Os bons sentimentos que ele teve dos Grangers forneceram alguma armadura contra o lugar, mas não duraria muito, disso ele tinha certeza. Eles foram para a cozinha e Hermione desapareceu no banheiro para se preparar para dormir enquanto ele tentava se concentrar no calor da casa dos Granger, em vez do estado dilapidado de sua cozinha. Quando sua esposa reapareceu, ela passou por ele.

— Frio — ela murmurou, abraçando as roupas contra o peito.

Estava realmente frio na casa, já que não havia fogo aceso há alguns dias. Ele terminou suas abluções rapidamente e logo se juntou a ela – ela imediatamente se aconchegou contra ele. Desta vez, porém, ele colocou o braço em volta dela e puxou-a ainda mais para perto.

— Você se divertiu? — ela perguntou, bocejando.

Ele nem precisou pensar nisso.

— Sim, na verdade, eu diverti — ele disse um tanto presunçosamente, dando-lhe um pequeno aperto.

— Eles gostam de você — ela continuou, sonolenta, — certamente muito mais do que jamais fizeram com Ron.

Ele bufou.

— Eu espero que sim — ele disparou.

Ela bufou e então se acalmou mais profundamente. Assim que ela adormeceu, ele beijou levemente o topo de sua cabeça e logo adormeceu também.

Ele dormiu profundamente e estava tonto quando acordou – ela já estava acordada e o café estava no ar. Ele se arrastou para fora da cama e se vestiu lentamente. À medida que descia as escadas, mais consciente ele ficava das diferenças entre Spinner's End e a casa de seus sogros. Ao longo dos anos, ele fez apenas o mínimo para morar ali – remendar o telhado da extensão e substituir o banheiro – enquanto ignorava todo o resto, como o papel de parede descascado, que era tão velho e sujo que era quase impossível ver qualquer padrão original. Depois, havia a goma-laca no corrimão que havia se tornado preta com o passar das décadas devido às mãos sujas, e os degraus e as tábuas do assoalho que estavam arrancados em alguns lugares e com a mancha desgastada, mostrando claramente os padrões de fluxo dos ocupantes anteriores. Ao passar pelos cômodos sujos do andar térreo e chegar à cozinha nos fundos, dúvidas começaram a surgir em sua cabeça - como diabos esse monte decadente poderia ser transformado em algo habitável? A saudação alegre de Hermione ao lhe entregar a caneca de café foi decisiva para ele.

— Vamos voltar para Hogwarts esta manhã — ele anunciou peremptoriamente.

Ela parecia um pouco perplexa.

— Eles terminaram com as masmorras?

— Eu não me importo se eles não o fizeram – ficaremos em uma suíte de hóspedes se precisarmos, mas não vou passar nem mais um minuto neste buraco de merda até que esteja consertado — disse ele, olhando ao redor da cozinha quase abandonada. — Não é... — Ele engoliu em seco. — Não é bom para mim — admitiu hesitantemente, — e é um insulto para você estar aqui na condição atual. Se... se isso estiver de acordo para você — acrescentou.

Hermione entendeu a situação dele imediatamente.

— Parece uma boa ideia. Ainda não comecei o café da manhã, mas tenho certeza de que os elfos domésticos ficariam encantados em preparar algo para nós. Vou juntar minhas coisas, quinze minutos, digamos?

Ele assentiu, indo até a porta de seu laboratório improvisado, com o café na mão, para embalar o que precisava. Ela tomou a liberdade de colocar seus itens de barbear e as poucas roupas que ele trouxe junto com suas coisas e estava pronta e esperando por ele quando ele voltou carregando uma mochila e uma pequena caixa. A última coisa que ele fez antes de partirem foi enfeitiçar a cesta de arame embaixo da fresta da porta da frente para que qualquer correspondência fosse automaticamente redirecionada para sua caixa na escola.