doce.

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April | 25th | 2022
Canadá - toronto, Yorkville
09:20 AM - Toronto Park

A rua fria e vazia mencionava a noite anterior em que passamos de carro. Agora não congelava de frio, muito menos colocava receio de andarmos sozinhos. Atravessamos a faixa de pedestres com algumas crianças e seus pais, e imaginei que estavam indo a escola mais tarde. Dei um breve "tchauzinho" para elas e mudei o caminho para seguir Louis pelo parque não tão vazio. Louis havia animado para me trazer ao parque e andar de skate, então concordei.

‐ Se liga no skate do pai - virei o skate para baixo e dei visão dos desenhos estampados na parte da roda. Eu pedi para levar o skate.

Louis me olhou, sorriu e bagunçou o cabelo com a mão direita. Se ele soubesse tudo que eu penso em poucos movimentos assim, ele me zoaria e aproveitaria para soltar tudo que também pensa. Desviei o olhar dele para o skate, notei os desenhos diversos de caveiras, dragões e notas musicais, pouco espaço vazio.

- Vai me mostrar qua sabe cair com estilo? - pousei o skate no começo da pista vazia, perto de Louis.

- Vai me dar para presente de consolo? Opa... errei - revirei os olhos e me afastei um pouco, indo até um banco não tão longe - quis dizer "vai me dar um presente de consolo"!

Ouço sua voz mais alta, devido a distância, e me acomodo no banco de madeira. Cruzo os braços e olho a pista, descidas pouco perigosas e vários corrimões. Prestei atenção em Louis subindo no skate rápido, se metendo em descidas e perigos. Ri algumas vezes de seus leves tombos, quase leves.

- Você não caiu com estilo, mas vai ficar um roxo no joelho estiloso - esfrego a palma da mão direita sobre seu joelho esquerdo e o vejo fazer uma careta.

‐ Merda, doeu - descanso a mão sobre o machucado e sorrio para Partridge.

- Eu falei que ia cair... - um biquinho surge em Louis e um olhar tristonho, tudo o tornando manhoso - que foi? O neném quer um beijinho pra sarar?

- Podia ser mais que um beijinho - seu rosto tomba ao lado e apoio a mão livre em sua pele quentinha, esfrego o dedão como carinho e tombo o rosto na direção do garoto.

- Mas não vai ser, para de ser pervertido - me aproximo e deixo um beijinho no canto de seus lábios em formato de biquinho.

- Você é chata - sorrio novamente, movo o rosto mais ao lado e deixo um selinho nos lábios de Louis. Ele ainda tinha a postura marrenta.

- E eu acabei de te conhecer - deixo a postura reta e balanço os ombros, junto ao sorriso provocativo - que tal desenhar com giz na calçada daqui? Tem alguns largados pela pista.

Aponto na direção do giz colorido, animada para desenhar qualquer coisa. Louis aceita e levanta com cuidado, reclamando do joelho e xingando a pista. Ando até cada giz espalhado que encontrei e os juntei em mãos, voltando até a calçada vazia e encontrando Louis sentado.

- Vai desenhar o que? - ouço sua voz alta ao meu lado, onde escolhi sentar pertinho dele.

- Surpresa, bocó! - solto um peteleco em sua testa e abaixo o corpo até o chão, apoiando as mãos no concreto e pensando em algo para riscar.

Passo o pequeno giz amarelo em forma de um grande arco, fazendo o mesmo duas vezes e puxando duas linhas retas das duas. Um grande coração amarelo. Escolho outro giz de cor diferente e repito o mesmo desenho várias vezes com cores diferentes. Levanto e vou engatinhando pela calçada, seguindo os desenhos e deixando giz riscado.

- Corações pela calçada? - Louis, ainda sem riscar o chão, me observa riscar o último arco vermelho do último coração.

- Problemas? - junto as retas e termino o coração, viro o rosto para o lado e vejo Louis riscando a sombra de uma casinha.

entre docinhos e beijinhos; Partridge Onde histórias criam vida. Descubra agora