Cap 18 - A Ira de Taurim

81 15 146
                                    

Dom Percepta: capta presença de pessoas a metros de distância

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Dom Percepta: capta presença de pessoas a metros de distância

Morro do Uivo: local de banimento a 4 km da SOTE

Povo Asdem: povoado de 1000 hab ao sul de Aycol

Praga-viva: termo esdrúxulo referente aos estrangeiros

O futuro prometeu-se desolador no instante em que a pequena tropa capturou o casal fugitivo. Horas após deixarem os arredores da SOTE, foram vistos embrenhando-se na Floresta de Aycol.

Seguindo as ordens de Taurim, os soldados se arrastaram numa perseguição que levou mais da metade do dia. O resultado foi gratificante, pois venceram o dom percepta da guardiã.

Sofia Redin lutou o quanto pôde até a exaustão a dominar. Afinal, eram doze contra um. Depois de ter os braços amarrados nas costas, condenou-se a observar o que as lágrimas permitiam.

O terráqueo teve pulsos e tornozelos duramente acorrentados. E, embora não apresentasse resistência, cada homem fez questão de assomar a força no transmutado. Socos, gargalhadas, cuspes e pontapés impregnaram-se a um verdadeiro festival de brutalidade e erguerem uma camada de poeira densa ao redor do grupo sanguinário.

A mulher espiou pelos ombros que uma parcela do povo Asdem também assistia à cena. Pendeu a cabeça para frente, vencida pelo desânimo. Pedir socorro seria inútil. A conivência dos locais era apenas fruto do medo instituído por Taurim Terók. Se alguém ousasse ir contra, sem dúvida estaria em apuros tanto quanto ela. Separou os lábios num sorriso doloroso ao deduzir que o silêncio tinha a sua moeda. Aos que colaboravam certa serenidade era garantida e, assim, o inimigo corrompia a maioria dos habitantes da floresta.

— É melhor vocês dois cooperarem — Suno acertou o rosto de Alex com uma cuspida. — Ah, mas agora temos tudo sob controle, não é?

Ao invadirem a pequena praça, as risadas arderam nos ouvidos da galaceana. Anulando a única algazarra livre que cantava nos galhos, percebeu que de fato, nem o povo Asdem, nem ela ou Alex, muito menos as sentinelas de Taurim encontravam-se em liberdade.

Observou o capitão da infantaria divertindo a turma regado a hipocrisia. Perambulando por perto, erguia os braços mostrando-se senhor de dois espólios de guerra. A vista asquerosa correu entre ela e o terráqueo, competindo em cobiça e repulsa.

— Sabe que os guardiões da SOTE não vão perdoar esse absurdo! — Sofia se contorceu com um resto de energia ao tentar se soltar das amarras, mas os braços sufocaram desenhando o caminho das veias. — Serão perseguidos, um a um! Não concedemos absolvição aos covardes!

Não tinha certeza das próprias palavras, porém o desespero da retaliação brotou na garganta e a boca salivou em excesso ao notar o marido quase desfalecido. Aturou a reação dos homens em silêncio. Alguns desviaram os rostos da ameaça verbal, outros içaram um risinho debochado, de alguém que sabe o tamanho da mentira.

Galácena E Os EscolhidosOnde histórias criam vida. Descubra agora