Cap 17 - O Conselho de Glacídeo

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Arbo: Sociedade ao oeste de Gala

Chaves-peças: estruturas metálicas, de ouro e zaca, abrem portais a longa distâncias

Conselho de Glacídeo: formado por 20 membros da SG, pós revolução

Drote: aparelhos usados para captar conversas na Floresta de Aycol

Duna: não galaceano, estrangeiro, forasteiro

Lenar: Sociedade ao noroeste de Gala

Ouvinte lateral: dom da audição supersensível

SG: Sociedade de Gala

Volitação: capacidade de voar

Zaca: metal exclusivo de Galácena

Passava das oito da noite. A sala de reuniões de Jalef, não era mais a mesma, como no dia anterior quando Marguel e Zincon a visitaram. A ela integravam-se a angústia, as dúvidas e as preocupações de todos os membros do Conselho de Glacídeo. A convocação inesperada causava rebuliço entre os participantes que conversavam à espera do ancião. A respeito do porquê estarem ali, os palpites a circular diversificavam-se entre bons, maus, bobos e até catastróficos. A noite prometia-se, portanto, longa e forrada de discussões.

Ao todo, vinte conselheiros compunham o quadro deliberativo, sendo a maior parte de galaceanos de meia idade. Os jovens, a integrar o time, haviam sido consagrados pelos próprios veteranos. Alguns pelos dons distintos, outros por dotarem de qualidades específicas, bem quistas ao grupo.

Sentindo-se feito dois pássaros longe do ninho, a dupla clandestina de guardiões se abancou ao fundo. A intenção era chamar o mínimo da atenção dos demais.

O casal não fazia parte do comitê, entretanto, era convidado especial do evento. Além de confiáveis e eficientes, desde a juventude, ambos eram oficiais das atividades dos Guardiões da Sociedade de Gala e, seus dons, seriam muito bem-vindos para o plano ao qual Jalef elaborara. 

Com certa reserva, Marguel fitava as pessoas. A tentativa era captar algum assunto concreto sobre banimentos ou sequestros. Mas o tópico principal, girando em torno da própria reunião, a entediou.

_Então, querida? – Quis saber Zincon animado, a curiosidade embalando as palavras. – Conseguiu absorver algo?

Ela, esperançosa, deu uma olhadinha extra ao redor, torcendo a boca, num ato de desistência. O falatório desordenado, apesar de calmo, balançava e confundia seus pensamentos. Frustrada, cruzou os braços, fechando-se num denso suspiro.

Instantes depois, o anfitrião apareceu carregando um semblante plácido, porém, sério. O cabelo branco, a esvoaçar com os passos, logo alinhou-se à barba, a terminar à altura do estômago. Os óculos de arame fino, imperceptíveis, pendurados por uma correntinha prata, balançaram ao reverenciar a plateia. Os sapatos, brilhando, denunciavam um engraxe fresco e bem feito. Por último, demonstrando a importância do momento, a vestimenta tradicional. Uma túnica clara e longa, com o símbolo da SG bordado no peito.

Em sinal de respeito, todos os presentes se levantaram, após testemunharem o andar tranquilo, quase aéreo, daquele senhor. Esta era uma característica sua, singular. Difícil era vê-lo descontrolado. Ocupando uma cadeira diferenciada, de frente ao público, o ancião mostrou-se relativamente mais alto. E, acenando com uma das mãos, solicitou para que se acomodassem.

_Quero ver como ele colocará o assunto! – Cochichou Marguel, um tanto apreensiva, espiando as pessoas que decidiriam o futuro do planeta.

_O... assunto? – Retrucou o marido distraído, também examinando cada conselheiro ao redor.

Galácena E Os EscolhidosOnde histórias criam vida. Descubra agora