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Brigas e discussões

Capítulo 8 – Brigas e discussões

"Às vezes, eu queria sentar de frente comigo, pegar na minha mão e me perguntar: De novo fazendo merda, meu anjo?"

– Park Jimin

O laboratório estava silencioso, ambos encaravam a lousa tentando pensar em algo que fizesse sentido para aquilo, em possíveis soluções para a pergunta que parecia sem resposta.

Já fazia uma semana desde o ocorrido com Daehyun. Jungkook havia passado a noite toda se remoendo, só queria ver aquele olhar melancólico sumir do rosto bonito do ômega, mas nada parecia funcionar. O jantar com os amigos foi estranho, todos pareciam tentar o distrair, mas Jimin estava magoado demais para pensar em outra coisa.

No final da noite Jimin acabou novamente soluçando baixo, escondido debaixo das cobertas. Quando acordou parecia ter esquecido o que havia acontecido, tomou um banho, se arrumou e esperou Jeon para irem juntos tomarem café.

Passaram a manhã toda com a cara enfiada em livros e depois do almoço rápido e constrangedor, graças às fofocas que rondavam a universidade, voltaram para o laboratório e continuaram o projeto.

Foi assim a semana toda, mas agora, as fofocas já haviam sumido, Daehyun não havia vindo mais encher o saco e a rotina dos dois tinha voltado ao normal, com brigas constantes, implicâncias sem sentido e para ajudar encontraram aquele maldito dilema.

Jimin sentia que não estava indo para lugar nenhum, que as horas estavam passando, mas nada fluía e sentia que tinha algo a ver com o barulho irritante que Jungkook insistia em fazer.

– Será que dá pra você parar? – Perguntou histérico para o garoto que não parava de estalar os dedos.

– Desculpa se eu tô tentando pensar.

– Você pensa muito alto. – Voltou a brigar, agora encarando o alfa.

– Pelo menos eu tô pensando. Já estamos aqui o dia todo, daqui a pouco da hora de recolher e ainda não saímos do lugar. Você nem abriu a boca hoje. – Retrucou.

– Desculpa. Não sabia que eu era obrigado a falar com você.

– Bom, você é. – Provocou. – Está na cara que a única solução plausível é tentar chocar os átomos.

– Tá brincando comigo? Isso pode causar uma explosão. Acha mesmo que vão aceitar fazer um experimento que pode mandar a porra toda para os ares?

– A gente podia tentar fazer algo supervisionado e contido, daria certo. – Jeon insistiu.

– Não, não daria. Estaríamos arriscando demais por algo que ainda não é certo. – Jimin disse, claramente frustrado por tudo.

– Porque tudo tem sempre que ser tão difícil quando se trata de você? – Jeon perguntou se desencostando da mesa para se aproximar do ômega. – Você não consegue ser minimamente razoável?

– Eu não sou razoável? – Perguntando também se virando de frente para o alfa, já sentindo o sangue ferver e sua pulsação acelerar. – Pelo amor de Deus, você é impossível.

– Eu? Eu tô o dia todo tentando formar uma ideia com você, mas tudo o que você faz é reclamar e ficar com essa cara feia de quem comeu e não gostou. – Aumentou o tom de voz, se aproximando ainda mais para olhar o ômega de cima, que empinou o nariz não se deixando intimidar.

– É a única cara que eu tenho. E você já deveria estar acostumado com cara feia, já que tem que olhar no espelho todos os dias. – Disse de forma infantil, o alfa respirou fundo, sentindo o cheiro gostoso do menor e, como se fosse impossível controlar, desviou o olhar para a boca do ômega e depois para seus olhos novamente, se fazendo conscientes do quão perto estavam.