Abrir os olhos

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Capítulo 11 – Abrir os olhos


"Se ferradura desse sorte, burro não puxava carroça"

– Park Jimin


Jungkook observava Jimin dormindo ao seu lado, o ômega parecia tão calmo agora, mesmo que tivesse o cabelo bagunçado, algumas marcas pelo corpo e completamente nu, com apenas um lençol cobrindo.

Era insano pensar em tudo o que havia acontecido naqueles dois dias. Em como Jimin pediu ajuda algumas horas antes de acordar tomado pela febre do cio, em como o ômega havia rastejado sobre seu corpo, beijando sua pele e implorando por mais.

Jungkook se sentia tão estranho. Desde que havia conhecido Jimin, tinha como verdade absoluta que o ômega nunca havia o olhado com segundos olhos e por isso tentava ao máximo também não pensar em coisas como aquela, porque apenas tornaria tudo mais difícil.

E por mais que alguns comentários maldosos sempre surgissem, Jimin os negava tão brutalmente que nunca cogitou a ideia de algo como aquilo realmente acontecer.

Claro que era um pouco impossível não pensar vez ou outra sobre aquilo, não era cego, Jimin era lindo, inteligente, fugaz, uma força da natureza que parecia incontrolável, não que admitiria tal fato em voz alta, não quando acreditava que o ômega tinha um rei na barriga e insistia em manter aquele maldito nariz em pé.

Mas agora, agora que havia visto outros lados dele, um lado frágil, sensível, inseguro, machucado e que precisava de cuidados, queria mais do que tudo que Jimin soubesse daquilo que nunca teve coragem de lhe dizer.

Jimin havia abaixado suas armas, havia parado de tentar se provar o tempo todo, e aquilo havia amolecido o alfa, havia o enchido de uma ternura enraizada e não era bobo, Jungkook sabia que havia passado muito tempo lutando contra seus próprios pensamentos, sobre a vontade absurda de findar aquele maldito espaço que havia entre eles.

Sabia que a maioria das brigas eram desculpas, mas também eram a única forma de extravasar tudo o que Jimin lhe provocava. O ômega fazia seu sangue ferver, sua mente se confundir, seu coração acelerar e seu lobo enlouquecer, Jungkook não achava aquilo justo, não quando Jimin parecia não se afetar.

Não quando Jimin conseguia o olhar nos olhos, ficar a um palmo de distância e ainda dizer tantas coisas rudes, sem nunca fraquejar. Parecia injusto, mas agora, agora sabia que Jimin não era tão indiferente.

Havia o olhado nos olhos e visto a verdade que o ômega escondia e, durante aqueles dias, enquanto o amava de todas as formas, o esquentando e lhe dando tudo aquilo que sempre havia lhe sido privado, jurou que quando a febre passasse, iria tentar novamente.

Assistiu com devoção a Jimin acordar, piscando lentamente, um tanto perdido, recobrando as lembranças aos poucos e não precisou de muito para seus olhos se esbarrarem.

– Oi. – O ômega murmurou se aconchegando melhor entre os travesseiros, se cobrindo com o lençol.

– Oi. – Jungkook respondeu, sorrindo de leve. – Como se sente?

– Eu tô melhor. – O olhar inseguro e envergonhado no rosto do ômega apertava o peito do alfa. – Obrigado por... bom, você sabe. – Desconversou, tentando se levantar, mas parando ao sentir seu quadril doer.

– Tudo bem?

– É normal. – Afirmou puxando o lençol. – Eu só preciso de um banho. Me sinto melado. – Comentou com um tom baixo, mas logo parou, encarando o alfa. – Você se incomoda se eu... bom, se eu chamar o Tae e o Yoon para virem aqui?

Genius | JIKOOK | ABOOnde histórias criam vida. Descubra agora