Capítulo 7

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DIAS DEPOIS

Tudo continuava igual. Lucero não teve mais notícias de Fernando, mas nunca parou de pensar nele e achava que talvez ela não estivesse nascido para mais ninguém que não fosse Manuel, pois o único homem que gostou dela além dele, desistiu muito fácil para o que ela jurava que era um sentimento verdadeiro. Com Liliana, a moça continuava tratando Lucero igual, como patroa e amiga, por mais que quisesse falar toda a verdade, ela sabia que Manuela vivia de olho e cometeria uma loucura a qualquer momento se desconfiasse de algo. Um dia, a campainha tocou e Liliana foi abrir, dando de cara com Fernando com um braço apoiado na parede.

− Bom dia, em que posso ajudar? – Liliana perguntou educada.

− Bom dia, você é?

− Liliana, eu trabalho aqui.

− Muito prazer, Liliana, eu sou o Fernando. Eu gostaria de falar com a sua patroa, ela está?

Liliana arregalou os olhos. Ela não tinha prestado muita atenção na primeira vez que o viu, mas naquele momento, ela percebeu o porquê a mulher tinha se apaixonado tão depressa, ele era muito bonito e charmoso com aqueles olhos e sorriso grandes e simpáticos. O problema era que mesmo gostando dele, Lucero se recusava a se abrir para o amor novamente, o que mais do que nunca ela achou ser uma bobagem, já que de longe dava para ver o quanto eles combinavam.

− Ehhr... Ela está sim, mas está no escritório trabalhando. Eu vou ver se ela pode recebê-lo, entre, fique à vontade. – Liliana deu espaço para Fernando entrar.

− Obrigado. – Fernando entrou, olhando tudo ao redor.

A casa de Lucero era bem ampla e de muito bom gosto, apesar de ser rústica. Fernando parou ao encontrar um grande quadro na sala com a mesma foto que havia no quarto de Lucero, só que em desenho. Ele não sabia muita coisa sobre a mulher, mas ficou confuso ao ver que provavelmente ela tinha um marido e duas filhas e até onde ele achava, ela morava apenas com uma filha e os funcionários. Liliana percebeu o interesse de Fernando e tentou sondar alguma novidade, afinal era filha e se importava com o bem estar da mãe.

− Seu Fernando, posso perguntar uma coisa?

− Sim, o que é? – Fernando se virou para Liliana, com as mãos no bolso.

− O senhor gosta da minha m... Patroa? – Liliana disfarçou ao ver que quase chamava Lucero de mãe, mas por sorte, Fernando não entendeu.

Fernando suspirou. Como Liliana tinha chegado àquela conclusão se ele quase não aparecia lá? O homem se animou com a possibilidade de Lucero ter falado sobre ele.

− Me desculpa, eu não quero parecer invasiva ou indiscreta, mas é que nessa casa, nós somos muito unidas e nos preocupamos com a felicidade umas das outras. – Liliana se explicou rápido.

Fernando sorriu. Pelo visto, Lucero tinha os funcionários como uma grande família, pois Liliana a defendia como se fosse filha dela.

− Sim, Liliana, eu gosto muito, mas infelizmente parece que cheguei tarde. – Fernando suspirou novamente, olhando para o quadro na parede.

− Por quê? Por causa do homem do quadro? – Liliana apontou. – Eles não são mais casados, infelizmente faz quinze anos que ele se foi. – ela abaixou a cabeça, se lembrando de que nunca conheceria Manuel.

Fernando sorriu. Não pela morte de Manuel, logicamente, afinal nem o conhecia e Lucero deveria ter sofrido muito com isso, mas o que o alegrava era que ainda poderia conquistar a mulher sem rivais.

− Olha, eu não posso falar muito, isso é assunto pessoal dela, mas eu acho sim que a Lucero deve encontrar um novo amor e ser feliz. – Liliana também sorriu.

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