Uma Nova Chance

Capítulo 16

MESES DEPOIS

Como prometido, Lucero cuidou de Liliana com o mesmo amor que cuidaria caso soubesse quem ela era de verdade. A ajuda psicológica realmente fez bem para a moça que estava bem melhor do trauma, já quase sem pesadelos e aos poucos voltando à vida normal. Quem não ia bem era Manuela, depois que foi desmascarada sobre a mentira de Mariana, sua mãe nem procurava mais saber dela, por mais que a rejeitasse, era bom sentir que ela a amava e para piorar, ela tinha descoberto por terceiros que Lucero estava com um namorado, pois ela nem se dignou a olhar na sua cara para dizer que já havia substituído Manuel, mas com certeza Liliana deveria saber de tudo e ainda a apoiava. Depois de beber muito, Manuela chegou em casa e correu para o quarto, começando a quebrar tudo que via pela frente e fazendo Lucero ir até lá, assustada.

− Manuela, o que você está fazendo?! Para com isso, minha filha! – Lucero tentou segurar Manuela.

− Me solta, eu não sou sua filha! – Manuela gritou chorando e se soltou de Lucero com brutalidade.

− O que foi que deu em você?! – Lucero perguntou com os olhos cheios de lágrimas.

− Não, o problema aqui é você! – Manuela gritou ainda mais alto. – Quando era que você ia me contar que está namorando?

Lucero se apoiou na cômoda do quarto de Manuela. Realmente ela estava surpresa que até aquele momento a moça não sabia de nada, já que o início do seu namoro se deu publicamente, mas o que acabou acontecendo foi pior porque ela descobriu sozinha.

− Então você já sabe?

− Sei, e precisei saber pelos outros. – Manuela fungou, enxugando as lágrimas.

− Como você queria que eu contasse alguma coisa sobre mim se você nunca me deu abertura para isso?

− Não tente virar o jogo contra mim dessa vez, foi você que se afastou mais de mim depois do que descobriu sobre a Mariana.

Além de todos os problemas que Lucero estava enfrentando com Liliana, realmente depois da monstruosidade que Manuela fez de inventar uma falsa Luna, ela não conseguiu mais chegar perto da filha sem se lembrar de toda a mágoa que sentiu e talvez isso estivesse piorado a péssima relação que elas já tinham.

− Filha, eu sei, me desculpe, mas é que o que você fez doeu muito. – Lucero tentou se aproximar, mas Manuela se afastou outra vez.

− E você acha que o que você faz desde sempre também não dói, mãe? – Manuela perguntou chorando.

− Se você vai falar de novo do fato de eu ter decidido ficar aqui para encontrar a Luna, nós vamos parar por aqui, você sabe que a sua irmã também faz parte dessa família e o mínimo que eu posso fazer é encontrá-la.

− Eu sei que ela faz parte dessa família até mais do que eu que sempre estive aqui.

− Isso não é verdade, Manuela, eu sempre amei você da mesma forma que eu a amo. – Lucero começou a chorar.

− Então por que você não me dá a mesma atenção que você dá para essa busca por ela?

− Porque você não permite, minha filha, é você que está distante de mim! – Lucero bateu o pé no chão.

− Foi você que criou essa distância entre a gente desde que eu me lembro. Mesmo trancada nessa fazenda, você continuou afundada na tristeza e nem sequer perguntava como eu me sentia por ter perdido o meu pai.

Lucero chorava olhando para Manuela. Ao seu ver, ela sempre tentou estar do lado da filha, mas pelo visto não era o suficiente e ela passou a vida toda culpando a garota por um abismo que ela mesma formou entre elas.