Capítulo 27

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DOIS MESES DEPOIS

Lucero e Fernando haviam decidido se casar o quanto antes, afinal não eram mais mocinhos, tinham certeza do que queriam e por isso só esperaram os trâmites correrem na igreja e na justiça. Finalmente chegou o grande dia e após a emocionante cerimônia, o casal curtia a festa com os convidados, mas horas depois Lucero estava exausta e se aproximou do marido disfarçadamente.

− Amor, vamos embora? Estou cansada. – Lucero falou entredentes com um sorriso forçado para que ninguém percebesse o que ela dizia.

Fernando olhou para Lucero estranhamente. Ela não era de abandonar uma festa onde ela era a anfitriã daquele jeito, mas a verdade era que ela estava cansada de estar no meio de muita gente, queria mesmo ficar a sós com o marido.

− Claro, se você quer, podemos ir, mas e os convidados?

− Eles que fiquem por aqui se divertindo enquanto a gente se diverte em casa. – Lucero riu, dando um selinho em Fernando. – Vou avisar para a Lili e já volto. – ela saiu sorrindo.

Lucero foi até Liliana que conversava com Helena em um canto afastado. Desde que se cruzaram na rua, as moças se tornaram inseparáveis e sempre visitavam uma a outra, mas se negavam a acreditar no sentimento diferente que crescia nelas.

− Filha, eu estou indo embora. Você quer ir comigo? – Lucero perguntou para Liliana e se virou para Helena. – Como vai, Helena? – ela sorriu.

− Muito bem, dona Lucero. Parabéns pelo casamento e pela festa. – Helena levantou o copo de refrigerante que segurava.

− Obrigada, ficamos muito felizes com a sua presença. – Lucero continuou sorrindo, mas logo voltou a atenção para Liliana. – E então, filha, você vem ou fica?

− Ah, mãe, eu vou dormir na casa da Helena, minhas coisas já estão lá. – Liliana sorriu.

− Na casa da Helena, é? – Lucero ergueu a sobrancelha.

Até aquele momento Lucero não via nada demais na amizade de Liliana e Helena, mas ela passou a enxergar um certo apego diferente nas duas, só que não era hora de pensar naquilo, afinal nunca tinha conversado sobre relacionamentos com a filha e não seria na frente de todo mundo que faria.

− Sim. Você não quer que eu durma com você hoje, não é? – Liliana riu.

− Está bem, mas me avisa quando chegar lá.

− Pode deixar, não se preocupa.

− Até amanhã, meu amor, não vai muito tarde para casa. – Lucero abraçou e beijou Liliana.

− Certo, chego a tempo de almoçar com vocês amanhã. – Liliana sorriu.

− Perfeito. Cuida bem dela, Helena. – Lucero sorriu para Helena.

− Vou cuidar, dona Lucero, ela está em boas mãos. – Helena sorriu e abraçou Liliana de lado.

Lucero voltou para onde Fernando estava terminando de tomar a champanhe que estava na sua taça.

− E a Lili? – Fernando perguntou assim que viu Lucero, deixando a taça na mesa atrás dele e segurando a mão da mulher.

− Vai dormir na casa da Helena. – Lucero suspirou.

− E que carinha de preocupação é essa? – Fernando acariciou o rosto de Lucero até parar no queixo.

Lucero não queria estragar sua primeira noite de casada e muito menos por algo que ela nem sabia se era real.

− Não foi nada. Vamos embora sem falar com ninguém? – Lucero sussurrou, olhando para os lados.

Fernando riu, puxando a mão de Lucero para correrem para fora. Era só mais uma loucura de amor das muitas que eles cometeram e cometeriam como se fossem dois jovens. Ele a ajudou a entrar no carro e fez o mesmo em seguida, saindo o mais rápido que pôde. O casal foi o caminho todo em silêncio até chegarem à casa dela que tinha se tornado dele também, já que decidiram que apenas derrubariam a cerca que separava as duas fazendas para uni-las em uma só, pois era importante para Lucero continuar na casa em que sempre sonhou viver com Liliana. Assim que entraram, Fernando notou que estavam sozinhos e abraçou a esposa por trás.

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