Capítulo 20

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MESES DEPOIS

As coisas não haviam mudado. Liliana continuava trabalhando com Fernando e ambos sentiam muita falta de Lucero que nunca mais havia os procurado mesmo também morrendo de saudades, pois decidiu não arriscar mais a sua relação com Manuela que ainda não havia progredido em nada além das poucas horas na semana que passava com a filha que sempre inventava de assistir alguma coisa para não precisar conversar com a mãe. Naquele dia, Lucero se acordou cedo para receber mais um detetive que tinha ligado na noite anterior avisando que tinha novas notícias sobre Luna, deixando o coração da mulher acelerado só em pensar na possibilidade de ter finalmente encontrado a filha. Era feriado, Benita estava de folga, tinha ido à missa e Manuela havia viajado com alguns amigos, o que a loira achou melhor para poder falar com o detetive sem interrupções. Depois de vários minutos caminhando de um lado para o outro, Lucero ouviu a campainha tocar e correu para abrir, se deparando com o homem loiro vestido elegantemente de preto.

− Bom dia. Senhora Lucero?

− Sou eu sim, pode entrar. Bom dia. – Lucero deu espaço.

− Obrigado. – o homem entrou, olhando ao redor.

− Sente-se, por favor. – Lucero apontou uma poltrona e o homem se sentou. – O senhor deseja tomar alguma coisa? – ela perguntava às pressas para manter a educação e ir direto ao ponto mais importante daquela visita que era Luna.

− Não, obrigado. Na verdade, a minha visita aqui será rápida.

− Então o senhor já tem alguma notícia sobre a minha filha? – Lucero perguntou nervosa, se sentando em frente ao homem.

− É, sim. Eu andei verificando todas as instituições dos arredores do local onde a menina se perdeu e com a idade e características dela, eu só encontrei em um lugar.

− Que lugar é esse? Pelo amor de Deus, não me esconda nada. – Lucero falou com a voz embargada.

O homem suspirou, apoiando a pasta que levava na perna e a abrindo, retirando um papel de dentro. Quando ele era contratado, ele sempre esperava ter respostas positivas para as pessoas e quando isso não acontecia, ele sofria junto por mais que não parecesse.

− Ao IML. – o homem estendeu o papel para Lucero. – A Luna foi encontrada e viveu até os cinco anos de idade no orfanato de Pedreira, onde infelizmente contraiu meningite e veio a óbito. Eu sinto muito. – ele suspirou.

Lucero pegou o papel, trêmula, sem acreditar no que estava ouvindo. Luna não podia ter morrido em um dos primeiros lugares em que foi procurada sem ninguém ter achado um rastro dela.

− Não, isso não pode ser verdade. A Luna pode ter sido adotada por qualquer pessoa, se ela estivesse morta, eu saberia. – Lucero se levantou já chorando.

− Realmente, a senhora precisa entrar na justiça para fazer o pedido da exumação do corpo e comprovar se é mesmo a sua filha, mas eu não quero enchê-la de falsas esperanças. Nos últimos meses, eu procurei a menina por cada canto desse país e essa foi a única pista que eu encontrei.

− Então o senhor quer dizer que... – Lucero não conseguiu terminar a frase, soluçando.

− Que a exumação pode ser só por desencargo de consciência porque o mais provável é que a garotinha desse laudo seja a sua filha.

− Não, eu não vou aceitar isso nunca! – Lucero chorava com as mãos nos lábios.

− Procure se acalmar, senhora. Foi muito tempo de busca, nós sabiámos que isso poderia acontecer. – o homem falou paciente.

− Eu não quero me acalmar, eu não posso! – Lucero gritou. – Se o senhor puder ir embora, eu quero ficar sozinha. – ela caminhou para a porta e a abriu.

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