Capítulo 10

86 8 0
                                    


NO OUTRO DIA

Manuela não havia dormido mais depois que Liliana visitou o seu quarto e foi só ver os primeiros raios de sol entrarem pela janela que se arrumou e saiu antes mesmo de Benita se acordar. Já era mais de dez horas da manhã quando a mulher servia o café de Lucero na companhia de Liliana que estava de pé no canto da mesa, esperando o momento de falar com ela.

− Nita, sabe me dizer se a Manuela já se acordou? – Lucero perguntou, abrindo o pão com a faca e passando manteiga dentro.

− Ela saiu antes de todos se acordarem porque quando me levantei, a porta do quarto dela já estava aberta.

− Que estranho, ela dormiu tarde ontem. – Lucero franziu o cenho. – Você a viu, Lili?

− Não, eu também me atrasei um pouco para acordar.

− Vocês me dão licença, eu vou dar um jeito naquela sala. – Benita saiu.

− Ah, Lili, você queria conversar comigo. O que era? – Lucero sorriu.

Liliana ficou nervosa ao pensar na reação de Lucero mesmo sabendo que seria a melhor possível, já que o seu maior desejo sempre foi encontrar Luna.

− Ehhr... Então, eu já devia ter contado há muito tempo, mas aconteceram muitas coisas e... – Liliana falava rápido, mas foi interrompida por Manuela que entrou gritando.

− Mamãe, mamãe! Eu tenho uma surpresa para você. – Manuela falou com um grande sorriso no rosto.

Lucero se assustou, pois Manuela nunca foi de lhe fazer surpresas, muito menos depois da pior briga que elas já tiveram.

− O que foi, minha filha? – Lucero perguntou com a mão no peito.

− Eu encontrei a minha irmã. – Manuela falou, fingindo um sorriso emocionado.

As bocas de Lucero e Liliana se abriram. Como assim Manuela tinha jurado que Luna estava morta e com poucas horas depois, voltava com ela viva? Na cabeça da outra moça, só se passava a esperança da irmã ter levado a sério sua ameaça e apresentá-la como Luna antes que ela falasse, por mais que fosse para ganhar créditos com a mãe, Liliana não se importava, pelo menos Lucero saberia da sua existência.

− Como? Não se brinca com uma coisa dessas, Manuela. – Lucero falou com a voz embargada e se levantou.

− Eu não estou brincando. Eu nunca disse para não criar expectativas, mas sempre procurei a Luna em segredo e dessa vez a encontrei em um povoado um pouco distante daqui. Na verdade, eu deixava anúncios com fotos e cartazes e ela mesma me procurou. – Manuela mentia sorridente.

− Como eu nunca soube disso? Cadê ela? Eu quero vê-la. – Lucero falou emocionada.

Liliana se encheu de expectativas e Manuela segurou o sorriso debochado. Fazia parte do plano dizer tudo aquilo na frente dela para saber que seu lugar seria roubado por qualquer garota que dissesse que seu nome era Luna.

− Ela está aqui fora, me esperando chamá-la.

Liliana arregalou os olhos, sem acreditar no que estava acontecendo. Manuela preferia dividir tudo que era dela com uma desconhecida a contar a verdade para Lucero pelo simples prazer de vê-la sofrer.

− E o que está esperando? Diga que eu estou louca para conhecê-la.

Manuela assentiu e saiu. A verdade era que ela tinha encontrado uma moça muito pobre na rua e resolveu chamá-la para armar aquele teatrinho em troca de luxo e dinheiro, pois com certeza Lucero ia dar tudo de si para manter a filha falsa perto dela.

Uma Nova ChanceOnde histórias criam vida. Descubra agora