Quando entrei na faculdade tinha apenas dois objetivos: estudar economia e jogar futebol. Sempre fui bom em exatas e quando entrei no ensino médio, me interessei por futebol americano porque foi uma forma de ajudar a aliviar minha mente da pressão imposta pelos meus pais. Tudo no esporte me encantava. Os treinos que me levavam à exaustão, a energia de toda a escola torcer por você e principalmente a adrenalina de estar em campo e fazer um touchdown.
No início, além de tudo isso, o esporte me ajudava também com meu estresse e conforme o tempo passava, meu corpo mudava e crescia fazendo com que eu começasse a chamar a atenção das pessoas. Em especial das garotas. Não vou mentir e dizer que não gostava da atenção que me davam. Nunca precisei fazer esforço nenhum para ficar com alguém ou demonstrar interesse porque sempre se jogavam em cima de mim. Uma vez disseram que a combinação do meu corpo, com meus olhos e meu tom de pele, que revela minha origem indiana, faziam de mim irresistível. Nunca deixei que isso subisse muito a minha cabeça, mas confesso que essa atenção toda massageava meu ego e quando me tornei capitão isso só aumentou. Me tornei um sucesso na escola e um terror para as escolas vizinhas, visto que nosso time ganhava a maioria dos jogos.
Apesar de toda essa atenção ser útil, estar constantemente nos holofotes me incomodava um pouco. Ser sempre o centro das atenções, ter todos olhando para você o tempo todo e ficar a todo momento sem poder relaxar porque não posso ser pego em nenhum momento desprevenido. Vez ou outra minha ansiedade fica mais forte que o normal, mas o esporte sempre ajuda. Quanto mais ansioso eu estou, mais focado nos treinos eu fico.
Me aprimorei tanto no futebol que entrei com uma bolsa na Universidade Burney McCord. Ela tinha tudo o que eu precisava com meu curso, o esporte e uma distância saudável dos meus pais, já que fica na Califórnia, estado ao lado do nosso. De bônus, Adam foi aceito na mesma universidade, então pudemos ir juntos, o que de certa forma também acalmou nossos pais.
Adam e eu nos conhecemos desde sempre, com nossos pais trabalhando juntos e sendo grandes amigos. Ele entrou comigo para o time na escola e todo plano de faculdade que fiz sempre foi pensando nele também. Checamos juntos as faculdades que tinham tudo o que queríamos e quando fomos aceitos ficamos muito felizes.
Quando entrei, fui direto para os treinos e não levou muito tempo para que me tornasse capitão na faculdade também. A vida era tranquila, com meus estudos, minha ansiedade controlada e companhia feminina constante.
Eu estava no segundo ano e tinha acabado de voltar da casa dos meus pais quando a vi pela primeira vez. Eu estava no campus junto do pessoal do time e algumas líderes de torcida para observar os calouros que vinham participar do tour pelo campus e meus olhos travaram nela.
O mundo inteiro virou um borrão e meu corpo todo esquentou. Quando ela sorriu com a amiga e elas gargalharam por alguma coisa senti que minha respiração começou a falhar e eu só queria ouvir mais daquela risada. Ver mais daquele sorriso.
Ela estava linda! Com seu vestido amarelo que modelava seu corpo cheio de curvas e fazia sua pele com cor das folhas de outono, brilhar. Seu cabelo na época batia na altura dos ombros e era cheio de cachos bem fechados. Simplesmente linda. Tudo à minha volta sumiu e eu só conseguia vê-la.
Adam foi o único que viu o que realmente aconteceu porque me conhece e observou a minha mudança de expressão enquanto os outros apenas achavam que eu estava disperso.
Eu não conseguia me forçar a parar de olhar e nem queria. Provavelmente nunca mais veria aquela garota, então quis aproveitar enquanto podia.
O que eu achei que seria apenas um momento de prazer para os meus olhos, se tornou uma lenta tortura quando ela começou a aparecer o tempo todo e nos momentos mais inesperados. Era no refeitório, no pátio do campus, principalmente na biblioteca e nas festas.
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Reconhecendo o Amor
RomantikEla chamou a atenção dele desde o início! Não eram só as curvas, a pele que parecia suave ao toque ou os cachos perfeitos que emolduravam seu rosto, mas era uma luz própria que atraia a todos mesmo que não percebesse. Observar não foi suficiente. El...