Capítulo 12

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Eu sou a única menina em uma família que só tem filhos homens. Devido aos meus irmãos sempre terem tido muitos amigos, ter contato com o sexo oposto em excesso sempre foi muito comum. Além disso, tive tudo para ser mimada e posso até ser em alguns momentos, mas só comecei a ser tratada com o carinho que meus pais gostariam mais tarde. Meus irmãos só começaram a me tratar assim quando éramos adolescentes e, até então, sendo a única menina, cair no soco com eles era até que comum.

Na verdade, nenhum homem com quem eu me envolvi esteve perto de me tratar com o cavalheirismo que eu gostaria.

Então ver um cara bonito e grande como Ethan levando minha bolsa, sem que eu sequer tenha pedido isso, me guiando com a mão firme nas minhas costas e abrindo a porta do carro pra mim e segurando minha mão para dar apoio ao subir no carro, são coisas que são o mínimo, mas mexem comigo. Ser bem tratada, ou tratada como especial, mesmo não sendo, mexe comigo, principalmente quando ele deixa claro que está zangado comigo. Como se nem toda a frustração que eu o faço sentir fosse o suficiente para me tratar menos como eu mereço.

Além do mais, o sonho ainda pairava na minha cabeça e eu dificilmente ficaria sem pensar nisso estando tão perto do jogador.

Eu não precisei perguntar para onde estava me levando porque antes mesmo que eu dissesse qualquer coisa ele me interrompeu e se justificou.

"A essa hora não tem ninguém no Holly 's, então podemos ir conversar lá tranquilos"

Ele dirigia com calma, mas eu podia sentir a tensão. Olhar duro, mãos apertando o volante com força desnecessária e aquela veia na testa ainda latejando.

Ao chegar no Holly' s, ele me conduz para uma mesa com cadeiras de sofá em formato de lua, mas se senta do outro lado o mais distante possível de mim.

Pego o cardápio só para não ter que encará-lo, mas sei exatamente o que pedir.

– Está com medo de mim? – ele pergunta de repente

– Não. Por que?

– Você foge, não responde, não me encara e agora quer se afastar – solta tudo de uma vez – Achei que estávamos nos dando bem. –

– E estávamos...estamos...eu não sei – bufo cansada de mim mesma.

Ele faz eu me sentir tão confusa, porque tenho certeza de que nossa convivência não tem nenhuma razão de ser. Nem mesmo uma amizade, imagina um caso – Você disse que éramos amigos...– penso na desculpa mais porca que poderia pensar, mas agora vai ter que servir – E depois tentou me beijar...amigos não se beijam. –

Ergue uma sobrancelha com descrença com a minha fala e respira fundo tentando pensar. É, nem eu acredito nisso, mas vai ter que servir.

– Bem...se era isso então está tudo resolvido já que não nos beijamos.

– Mas íamos – insisto

– Mas não beijamos – diz com paciência – Olha... acho que nem você acredita no que está me dizendo, mas só porque gosto de você, vou deixar

para lá, ok? –

Acho que meu espanto ficou muito evidente porque o jogador ri com qualquer que seja cara que eu esteja fazendo.

– Você ouviu o que eu disse antes? – digo calmamente, sentindo minha garganta apertar – Acho que deveríamos nos afastar?

– Por que?

– Porque é o melhor

– Para quem?

– Para nós dois, Ethan – sua tranquilidade me deixa nervosa porque ele não consegue enxergar que nossas diferenças vão nos afastar naturalmente e nem sei se tem algo nessa relação que valha a pena insistir. – Sabe...eu não sei o motivo de vocês insistirem tanto em conviver comigo – digo estressada e sem pensar

Reconhecendo o AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora