Capítulo 14 - Pov. Ethan

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 O cheiro de uva me rodeia e me entorpece mais do que qualquer droga.

A pele de Íris ferveu sob a minha palma e brilhava de suor enquanto dançávamos.

Eu amo que seus vestidos e saias tenham fendas que mostrem bem suas pernas, mas cobrem o bastante para deixar para a imaginação. Porém eu mal pude respirar, desde que ela apareceu com aquela porra de calça jeans que marcava a suas pernas grossas e delininhava sua bem bunda.

Eu mal consegui falar desde que ela apareceu, mas cheguei ao limite mesmo quando eu a vi dançar. A forma com que rebolava e sorria. Tão livre e selvagem! Não consegui parar de olhar. Foi só quando Adam fez uma piada sobre eu estar encarando feito um pervertido que eu decidi ir até ela. Eu sabia que outros estavam comendo-a com os olhos e para falar a verdade eu não podia culpá-los. Ver Íris dançar deveria ser considerado uma recompensa para alguém que , no mínimo, tivesse salvado a humanidade. Nada poderia ser melhor e gratificante que tal visão, que eu gostaria muito que fosse só minha.

Eu mal sentia meus pés quando fui até ela, para sentir de perto o seu corpo enquanto se movimentava com tanto prazer.

Quando fiquei de joelhos e percorri seu corpo com a boca, observei quando partiu os lábios em busca de ar.

Eu também te quero, amor! Quando vai se render a mim? Eu não parava de me questionar e suplicar a qualquer ser superior que tocasse em sua alma e a convencesse que nosso desejo só seria saciado um com o outro. Abriu um sorriso tão lascivo quando disse que considerava lhe dar uma mordida que eu me pergunto se ela sorri assim quando goza. Como eu gostaria de ver. Como eu quero que peça...quero que implore. Mas quando o olhar desejoso de Íris se dissipa, vira uma neblina e eu sei que irá negar o que sente. Irá me negar o êxtase que seria tê-la debaixo em mim, tão suada e satisfeita.

Abro espaço entre nós dois sem soltá-la e respiro fundo. Ela não quer. Não agora. Não o suficiente para baixar suas barreiras e ceder ao que sente por mim. Meu coração está acelerado e a cada respiração funda minha, tento controlar meus batimentos e mesmo que seja difícil com ela tão perto, me recuso a soltar. Ela não diz nada, mas sinto soltar o ar aliviada quando eu ergo a cabeça e dou um beijo em sua testa, encerrando essa situação.

Me dói mais do que eu imaginava, querer tanto alguém que resiste em me querer sem nem que eu saiba o motivo para tanta resistência.

Adam disse que sou um idiota por aceitar sua amizade sem dizer o que eu quero de verdade. Porém as palavras ficaram agarradas na minha garganta e se recusaram a sair, porque – assim que aceitei manter apenas a amizade – Íris ficou perto de mim tão à vontade como nunca tinha feito antes. Sentar perto um do outro como fizemos no Holly 's, dividir doces e segredos. Não poderia sacrificar isso tudo pelo tesão que ela me faz sentir. Mesmo que o tesão esteja mais forte do que nunca. Talvez ficar tão perto dela tenha sido uma péssima ideia, mas a possibilidade de ficar longe abre um vácuo ardido em meu peito que aumenta cada vez que se afasta. Pouco a pouco, ela se abre para mim e isso não pode ser desperdiçado.

– Vamos beber...– ela diz com a respiração regulada, muito diferente de alguns minutos atrás quando eu quase a fazia gemer em minhas mãos.

Passo a mão pelo rosto exasperado, limpando imagens indecentes da minha mente para me concentrar no que diz. Uma bebida me faria bem, mas como qualquer que seja o ser que comanda o universo me odeia e me nega qualquer prazer, sou o único do grupo que não pode beber porque serei o motorista da noite.

Ainda exasperado, sou guiado por Íris até a mesa, onde Adam e Luísa viram uma bebida. Os copos vazios na mesa indicam que estão aqui há algum tempo. Esses dois se deram muito bem um com o outro. Eles riem e conversam alto sobre qualquer coisa que eu não presto atenção porque Íris se levanta e vai em direção ao bar buscar mais tequila. Parece ser sua bebida favorita.

Reconhecendo o AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora