Capítulo 12

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Configurei o meu novo celular, e a primeira coisa que fiz foi ligar para Aly, havia muitas mensagens dela no meu Instagram preocupada por eu não dar notícias, mas apenas chamou e chamou até cair na caixa postal.

Então apenas respondi as mensagens e disse que assim que ela me retornasse eu explicaria tudo. Meu almoço logo chegou e eu me levantei rapidamente para ir comer.  A comida do hospital era tão horrível que só de lembrar me dá arrepios.

Meu celular vibrou e era  Ben,  seu número esta gravado  como ele havia dito e agora está me mandando mensagem.

Mensagem on:

Ben: Oi

Eu: Oi 

Ben: Está melhor?

Eu: Sim

Ben: Eu queria te pedir desculpas pelo que eu te disse no hospital e deixar claro que eu não vou te dedurar para a imprensa.

Eu: Obrigada!

Então ele não vai mais me ameaçar? Que alívio!

Terminei meu almoço só que dessa vez mais feliz do que quando comecei a comer, parece que saiu um peso enorme das minhas costas ...

A tarde se passou em um piscar de olhos e eu não consegui criar nenhum capítulo se quer da minha nova história, e isso está me deixando irritada demais.

Resolvi sair desse quarto um pouco e desci para tomar um ar e dar uma volta. Ficar lá em cima sozinha não está me ajudando em nada na criatividade. 

Será que Aly estava certa quando me disse que um romance me ajudaria a desenvolver a criatividade? Eu estou realmente pensando nisso e começando a achar que sim, vir para esse lugar sem ninguém, está me fazendo sentir muito solitária.

- Que merda. - Sussurro.

Não era para essa viagem estar tomando esse rumo de tristeza e solidão. Me perdi em pensamentos até  que acabei me distanciando um pouco do hotel.  As ruas estavam cheias de pessoas rindo e conversando e aquilo estava me deixando ainda mais para baixo.

Entrei em um local que parecia um tipo de bar só que bem antigo, entrei porque estava meio vazio e era isso o que eu estava precisando no momento.

- una dose di ciò che hai di più forte per favore - Pedi para o barman a bebida mais forte que ele tinha.

Me sentei em frente ao balcão e comecei a mexer no celular, olhando o que a imprensa estava publicando por esses dias. Graças a Deus nenhuma das fofocas envolviam meu nome e isso me deixou aliviada de saber que eles não estão na minha cola, pelo menos ainda não.

-  Americana? -  Pelo jeito aqui todo mundo fala mais de uma língua.

- Sim .

- O que te trás aqui?

- No bar ou a cidade?

- Os dois. - Da de ombros.

- Férias, e estou no bar por solidão.

- Você é a primeira pessoa que vem até a Florença e se sente sozinha. - Ele faz uma cara feia e me entrega uma taça de vinho. - Você é estranha.

- Essa é a sua bebida mais forte? - Ironizei. 

- Para uma moça que esta solitária e com um ferimento no ombro, sim é esta.

- Longa história. - Peguei a taça.

- Só um momento vou atender os outros clientes, já volto.

Volto a atenção para o meu celular e a beber meu vinho até escutar a voz.

- Oi. - Se senta ao meu lado.

Era Ben, até aqui ele me persegue.

- Oi. - Olhei para a sua cara.

Ele estava tão bonito que parecia que não era o Ben de mais cedo no hospital, ou será que foi o efeito desse vinho que eu tomei apenas um gole?                                                                                                                                                                                                                                                               

- Vejo que já está melhor. - Olha para o meu ombro e em seguida para minha taça.

- Bem melhor.

- Começou a escrever seu livro?

- Sim.

- Pela sua cara não está dando tão certo.

- Mais ou menos. - Dou um gole no meu vinho.

- É a falta de criatividade?

- Sim.

- Já pensou que essa sua falta de criatividade é por que você se priva de viver coisas?

- Eu estou aqui, não estou? - O encaro. - Então certamente esse não é o motivo, e não venha você também me dizer que preciso arrumar alguém.

- Eu não ia te dizer isso em momento nenhum, você não precisa de homem, você precisa de diversão e isso está na cara que você não tem.

Ia dizer algo mas acabei batendo a mão na taça de vinho e derrubando, fazendo molhar minhas roupas e a de Ben.

- Desculpa. - Fico sem jeito.

- Está tudo bem. - Ele sorri de lado. - Vou dar uma festa amanhã, se quiser ir me manda uma mensagem.

- Vou pensar.

- Quer ajuda para se limpar? - Ele ri. - Molhou mais você do que eu.

- Não precisa.

- Ta bom, eu preciso ir. - Ele se levanta. - Até depois.

Ele pisca para mim e sai, em seguida corro para o banheiro para me limpar. Tenho certeza de que essa marca de vinho tinto não vai sair do meu vestido.

-Muito inteligente Isadora. - Falo em voz alta.




















Cores De Um Novo ComeçoOnde histórias criam vida. Descubra agora