Capítulo 8: Oi sumido... P1

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Silêncio, um silêncio ensurdecedor, nenhuma palavra sequer, durante o percurso todo, ninguém disse nada, obviamente algo havia acontecido, Doyoung era esperto, porém não tinha coragem de perguntar o que estava acontecendo, mas ele sabia que tinha algo haver com aquela mensagem, quem era aquela pessoa, muitas perguntas para poucas respostas.

— Senhor Jung, chegamos.— A voz do motorista quebrou aquele maldito silêncio, agora os garotos estavam em frente a enorme casa dos Jung, a vontade do Kim era de ir embora e não voltar mais, porém ele tinha afazeres, não poderia simplesmente ir embora e ignorar tudo.

Por mais que esse era de fato o seu desejo naquele momento.

— Dodo, podemos não ter aula hoje?— O Jung mais novo perguntava com uma cara de choro, por um segundo, quase que o outro cedeu, mas Kim não é tão mole assim (na verdade ele era sim, mas isso não vem ao caso)

— Sem choro Channie, suas provas estão chegando, temos muita coisa para ver ainda.

Jaehyun nada disse, apenas pegou sua bolsa e seguiu para seu quarto, Sungchan apenas seguiu seu caminho, aquela enorme casa estava em completo silêncio, chegava a ser assustador.

Aqueles corredores pareciam não ter fim, para que uma casa tão grande?

O quarto perfeitamente arrumado, como se ninguém mexesse ali a dias, um trabalho perfeito das empregadas da enorme mansão dos Jung, tanto dinheiro. Doyoung sentou-se na cadeira ao lado da escrivaninha pegando os matérias, colocando os sobre a mesa, cadernos, livros, tudo que usaria para ensinar o outro nessa tarde.

— Channie, estou saindo, qualquer coisa me liga.

O mais novo apenas assentiu e voltou a atenção ao livro, a aula seguiu normalmente, as horas passaram com uma certa pressa e a noite já começava a tomar conta do céu.

— Por hoje é só, até a próxima Channie.

— Dodo vai querer carona?

— Não precisa, moro aqui perto, chego rápido. — Na verdade o Kim até queria, mas a vontade de sumir dali era maior.

Doyoung pegou sua mochila e saiu do quarto, desceu as escadas e seguiu pela rua, o céu começava a ficar escuro, era como se uma chuva se aproximasse, um vento frio soprava, as árvores balançavam, Doyoung sentia um arrepio percorrer a espinha.

"Merda, vou molhar" Pensou o Kim.

Enquanto Doyoung caminhava próxima a uma praça, avistou alguém solitário sentado em um balanço, se fosse qualquer outra pessoa Doyoung teria ignorado e seguido caminho como se nunca tivesse visto o outro, mas não era qualquer um, era Jung Jaehyun.

— Jae?

— Ah, Dodo, o que faz por aqui, a aula já acabou?

— Sim, já acabou, estou indo para casa e, você, o que faz por aqui? Já está tarde.

— Pensando um pouco. — Jaehyun tinha um semblante cansado, abatido.

— Foi aquela mensagem?

"Merda" Pensou ele, "Falei demais" continuou.

Um silêncio se pendurou ali, ninguém disse nada, era constrangedor.

— Desculpe, não queria ter visto, foi meio involuntário.

— Não, tudo bem, não era nada demais, mas sim, foi por conta de uma mensagem, as vezes coisas bobas nos fazem ficar assim, mal.

Doyoung sabia bem, desse sentimento ele entendia muito bem, bem até demais.

Um sentimento de indiferença, como se você não se sentisse no direito de sentir aquela dor, por achá-la boba. Aquilo machucava, era visceral, cruel.

— Sabe Dodo, as vezes eu queria ser imaginário, sumir quando estiver dando tudo errado, sem pesar na consciência, mas ser um Jung deixa tudo mais complicado....

"Ser um Jung" Doyoung estava começando a entender o que aquilo significava.

"Dodo" o Kim sempre ouvia aquele apelido, mas sempre que era proferido por Jaehyun, era algo diferente, era bom, causava arrepios.

Uma música, uma música calma começou a tocar, como se fosse uma trilha sonora para aquele momento, como se fosse uma cena de um filme cliché ou algo parecido com isso.

— Alô? Sim, já estou indo, chego em cinco minutos. — Jaehyun mantinha um semblante serio, como se algo estivesse acontecendo, talvez estivesse mesmo, mas isso o Kim não saberia. — Tchau Doyoung.

Doyoung. Doeu ouvir aquele nome, daquela maneira, como se fossem dois desconhecidos, mas no final eles eram mesmo. Apenas dois desconhecidos.

E assim Jaehyun se foi no meio daquela noite fria.

Doyoung seguiu seu caminho até sua casa, a lua estava linda, mas as estrelas não.

Era estranho, era como se doesse, mas ao mesmo tempo não deveria, era latente, era como se fosse um queimado, dilacerado.

Doyoung seguia ate sua casa, a lua já começava a se esconder, a chuva iria cair a qualquer momento, uma chuva forte.

Esse é o problema de subir ao topo, quando você caí, a queda machuca mais, bem mais.

E para alcançar Jung Jaehyun, Doyoung teria que subir muito....

Valeria a pena?

[.....]

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