Capítulo 10: Segundas

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Doyoung odiava, odiava segundas, sejam elas, feiras, opções ou intenções, não importava. Doyoung odiava segundas.

O despertador tocava alto demais naquela manhã, aquele som estridente ressoava pelo cômodo do quarto com aquela música que ele tanto gostava, musica essa que agora incomodava seus ouvidos.

6:30 da manhã, segunda feira.

A água fria escorria por seu corpo, talvez assim ele conseguisse despertar daquele sono, daquele cansaço, mas não, Doyoung ainda sentia-se péssimo, acabado, destruído. Obviamente todo aquele cansaço tinha um motivo, mas doía demais mais admitir aquilo em voz alta, chegava a ser humilhante, deprimente na verdade, para o Kim admitir que toda aquela melancolia que estava sentido vinha de um coração partido, um quase coração partido, uma maldita sensação de luto, como se algo tivesse morrido e, de certa forma realmente havia, sentimentos assim machucam, e Doyoung sentia na pele, na carne, no peito.

Doía de verdade.

7:00 da manhã, mochila nas costas, o céu estava nublado, como se uma chuva se aproximasse, o noticiário comunicou ao moradores para saírem com guarda-chuva.

O sinal havia tocado, as aulas já iriam começar.

Doyoung caminhava por aqueles corredores, mantinha sua cabeça baixa, sua pele estava pálida e suas olheiras estavam mais fundas que o habitual, era humilhante para si se ver naquela situação, mas era algo que ele não conseguia reverter. Não sabia como evitar.

Em seu celular várias mensagens de Taeyong, pelo menos umas vinte ligações perdidas, seu amigo estava preocupado, ele entendia a preocupação, a achava válida, porém não conseguia fazer nada para mudar e por isso se sentia um lixo. Era como se ele soubesse como sair do fundo do polo, apenas não conseguia.

Maldita melancolia.

— Certo. Na aula de hoje gostaria de propor algo diferente, eu quero que vocês me escrevam um texto para mim dizendo o que o que é o amor na visão de vocês, mas não quero algo banal, quero algo profundo, algo não literal, preciso de sentimentos verdadeiros, não algo tirado da internet.

O professor falava e falava, mas Doyoung não escutava, sua cabeça estava bem longe dali, seus olhos se mantinham na janela ao seu lado, as gotas de chuva que batiam na mesma eram algo impressionante, vê a chuva lá fora era algo que distraia a mente, as árvores balançavam em uma dança intima com o vento, tudo aquilo era lindo de se ver, o cinza do céu fazia um lindo contraste com tudo, melancólico demais.

— ......Então é isso, vocês tem um mês para me entregar esse trabalho, eu espero o melhor de vocês.

Doyoung voltou sua atenção ao homem que falava na frente, um trabalho sobre algo que ele não havia prestado à mínima atenção, o homem saia da sala com seus livros em mão, as horas passavam com uma certa pressa, mas nada mudava, era como se aquele sentimento não fosse embora, ele permanecesse ali, calado e quieto, mas ali.

— Dodo Hyung, nossa você tá péssimo, quem estava te mantendo em cativeiro?

Doyoung até riria daquela piada, mas hoje não.

— Okay, estou vendo que hoje o céu não tá pra peixe, de qualquer forma, não se esqueça, hoje temos aula, as provas estão chegando, preciso de notas altas se não eu estou fora do time.

Sungchan dizia com uma carinha de choro. Ele conseguia tudo com aquela carinha

Doyoung apenas lhe deu um sorriso de canto, não estava no clima, e parecia que não ficaria tão cedo.

Missão Como(Não)Conquistar o Garoto Popular (DOJAE)Onde histórias criam vida. Descubra agora