Capítulo 6: Cama arrumada e estrelas no teto

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Doyoung respirava fundo, o nervosismo tomava conta do seu corpo. Suas pernas tremiam como se seus ossos tivessem virado geleia e seu coração batia descompassado. Estava nítido o quanto aquilo era uma má ideia, uma péssima.

"Os Jung... Estou na casa dos Jung's" quanto mais ele pensava, mais sua cabeça latejava.

Puta merda sua cabeça estava um furacão.

— Hyung, você tá bem? — Perguntou Sungchan.

Não, ele não estava bem. Definitivamente não! 

— Sim, só estou cansado — respondeu por fim, mentindo, é claro.

— Ah sim... Vamos subir, meu quarto fica lá em cima.

Doyoung acompanhava os passos do mais novo, subindo degrau por degrau, cada passo que ele dava seu coração batia mais rápido. Ele tentava ao máximo controlar seus pensamentos, mas estava impossível, tudo em si gritava pânico. Seu corpo lhe alertava do perigo iminente que era estar na casa dos Jung.

Sungchan parou em frente a uma porta branca, parecida como todas as outras. Haviam mais três no corredor, Sung abriu a porta dando a visão do quarto, era bastante organizado, isso causou certa estranheza no Kim, já que o mesmo esperava uma certa bagunça vindo do mais novo.

As paredes em tons de azul, a cama bem arrumada, a mesa toda organizada, no teto do quarto tinha algumas estrelas que brilhavam no escuro, tudo ali parecia ser de qualquer pessoa, menos de Jung Sungchan.

E foi nesse momento que ele se deu conta que não conhecia o garoto de fato. Esse pensamento ponderou-se em sua mente, que no fim não conhecemos ninguém, apenas o que a pessoa quer que saibamos.

— Okay, o que vamos estudar mesmo, não faço a mínima ideia?

A fala do outro tirou Doyoung de seus devaneios

— Então, pelas suas notas, vamos começar por história e filosofia.

— Só de pensar já me deu sono.

— Por pensamentos assim que você tá com notas ruins.

— Eu estou com notas ruins porque sou burro, simples.

Aquelas palavras, aquelas palavras doíam. 'Burro' não era pesado demais? Não se cobrava demais?

— Não, você não é burro. Você apenas está com dificuldade e isso é normal, e outra, nunca mais diga que você é burro. Okay? Nunca mais.

Sungchan nada disse, apenas assentiu com a cabeça e sentou-se na mesa do quarto, o silêncio tomou conta. Não era desagradável, muito menos desconfortável, era apenas silencioso.

Doyoung pegava os livros e lia parágrafo por parágrafo enquanto o outro fazia anotações, não era um conteúdo difícil, era apenas chato, principalmente para o mais novo que não conseguia focar quieto.

— Podemos dar uma pausa? Minha cabeça dói.

Doyoung olhou para o relógio no pulso, eles já estavam ali há uma hora, uma pausa cairia bem.

—Okay, podemos sim.

Sungchan levantou-se da cadeira e jogou-se na cama. Tudo que ele mais queria era que acabasse logo. Se sentia pesado, um fardo tão pesado que foi preciso que alguém o ajudasse e agora era Doyoung quem estava preso a ele, preso a esse caso perdido que ele era.

Um caso tão perdido que ate mesmo seus pais o deixaram de lado. 

Doyoung estava sentado na cadeira ao lado da cama mexendo em seu celular, tão concentrado que nem ouviu quando a porta foi aberta bruscamente.

— JUNG SUNGCHAN CADE MINHA CAMISA, VOCÊ PEGOU ELA?

Jaehyun estava parado na porta do quarto apenas com uma toalha amarada na cintura, com o corpo completamente exposto e com gotículas de água que escorriam pelo seu corpo.

Assim que Jaehyun viu que o irmão não estava sozinho já era tarde demais, seu rosto agora tomava uma coloração avermelhada, a vergonha era nítida.

— Ah, Oi Dodo... Depois eu volto — Jaehyun bateu a porta logo em seguida, estava tão envergonhado demais para conseguir agir, Sungchan caia na gargalhada, já Doyoung... ele não sabia onde enfiava a cara, estava desnorteado depois do que acabou de ver.

Maravilhado também.

Doyoung podia não acreditar em qualquer divindade, mas com certeza, Jung Jaehyun era um Deus.

—É...acho que já deu por hoje, continuamos outro dia.

Doyoung reuniu suas coisas e saiu, não conseguia formular uma frase sequer. Desceu as escadas correndo, tão desesperado para fugir dali que acabou por tropeçar e ir de cara ao chão, ou quase, já que o mesmo foi pego antes de passar tamanha vergonha.

— Nossa, essa foi por pouco — Disse Jaehyun com o outro em seus braços, dessa vez já melhor vestido.

—Nossa que cena clichê de drama — Ouviram Sungchan dizer do topo da escada.

É com certeza aquele dia não poderia piorar.

Doyoung se recompôs, agradeceu e saiu porta a fora.  Assim que estava algumas quadras de distância da residência pode voltar respirar normalmente e surtar, sua vontade era de gritar e sair correndo.

Nesse exato momento Kim Doyoung queria fugir e virar um monge Tibetano.

Já no outro lado, Sungchan ainda ria da cara do irmão, por mais que tudo aquilo não fosse tramado por si, ele estava amando aquilo tudo. Ver Jung Jaehyun sem jeito perto de alguém era o maior entretenimento do mais novo.

— Quem diria que Jung Jaehyun ficaria sem graça perto de alguém, logo O JUNG JAEHYUN.

— Não me enche garoto, volta pro seu quarto.

Aquilo estava melhor que o planejado, só que Sungchan ainda não sabia como juntar o irmão com o Kim, mas isso era questão de tempo.

Agora começava uma operação cupido! A "missão Como Conquistar o Garoto Popular" continuava, só que agora com Jung Sungchan com vários planos em mente.

Para alguns, Jung Sungchan era pior que o cão. O cão podia ser bem articulado, mas Sung era mais, bem mais.

Missão Como(Não)Conquistar o Garoto Popular (DOJAE)Onde histórias criam vida. Descubra agora