Missão Como(Não)Conquistar o Garoto Popular (DOJAE)

Capítulo 21: Extras: Irmãos

Sungchan acordava primeiro que Doyoung, o outro ainda tinha seus braços sobre si, era um abraço quente, era bom ter Doyoung junto de si, não que Jaehyun fosse um irmão ruim, longe disso, mas ele era um Jung, Jungs não podem ter emoção, ou pelo menos não demonstrar, esse era o fardo dos Jungs.

Então ter afeto de uma figura mais velha era como receber algo que ele nunca teve, pois afinal de contas, ele nunca teve mesmo.

Chan levantava na ponta dos pés não queria acordar o mais velho, que ele continuasse dormindo, mas agora Sung tinha outros assuntos para resolver, Doyoung sempre sabia o que dizer e sempre conseguia ajudar, mas havia coisas que Sungchan tinha que fazer sozinho, ninguém disse que a vida adulta seria fácil.

"Tchau Dodo"

Dizia mais para si mesmo do que para o outro, sabia que o Kim não ouviria.

Colocava seus fone na orelha e deixava a musica tocar, não prestava atenção no que tocava, só deixava ali.

-Onde você estava?

A voz de Jaehyun se fez presente, não queria conversar com o irmão, não agora, não estava com cabeça, tinha outros problemas.

-O que está acontecendo com você, você esta diferente, está distante...

Sungchan sentia seus olhos lacrimejarem, sentia que iria chorar, mas não deveria, ele segurou esse choro por tanto tempo, não seria agora que ele choraria, não ali, não na frente do seu irmão.

-Fala comigo maninho.

"Maninho"

Fazia tantos anos que Sung não ouvia aquela palavra, não conseguia, era inútil, ele chorou ali mesmo.

-Eu 'tô cansando, cansado dessa sua falsa empatia, somos Jungs, nós não nos importamos com ninguém, você não aprendeu nada com a mamãe?

Sungchan cuspia as palavras em cima do outro, é eles eram Jungs.

-Não me importo com essa merda de sobrenome, é uma maldição, eu não sou Jung, eu sou o seu irmão mais velho, eu me preocupo.

Não importava o quanto Sungchan fingisse, ele precisava do irmão, ele sentia falta, afinal, eles eram irmãos.

-O que esta acontecendo.

-Eu to gostando de uma garota..Garoto, de um garoto.

-'Tá tudo bem....

-Ele é da minha turma, teve um dia que eu estava indo ao banheiro, ele estava lá, tinha outros garotos também, eles faziam piadas e brincadeiras sem graça com ele, falavam coisas do tipo, "Você não deveria estar aqui" "Aqui não é banheiro para você" "Você não é menino de verdade", eles eram cruéis, então eu bati neles, parecia o certo.

Jaehyun riu, soou engraçado sendo dito assim.

-Eu e ele viramos amigos, depois daquele dia eu não toquei naquele assunto mesmo estando bastante curioso, mas eu não sou burro, eu sabia, só não queria tocar no assunto, não me dizia a respeito.

-Como assim.

-O Haechan, ele é um garoto trans.

-Ele....

-Sim, ele nasceu uma menina, mas nunca se identificou como, eu dei uma pesquisada, não queria passar vergonha.

-'Tá tudo bem.

-Sabe Jae, eu gosto muito dele, não sei como nem quando isso aconteceu, mas quando me dei conta eu só pensava nele, era só ele, e eu não consigo me ver longe dele.

Jaehyun sorria, ele se sentia assim em relação a um Kim aí.

-Mas eu 'tô com medo.

-Olha Channie, eu sou mais velho do que você, mas não sou o mais corajoso, mas uma coisa eu te digo, ter medo é normal, mas se você não fizer por medo, talvez você perca a pessoa mais importante, e situações assim não tem segunda chances.

Sungchan pensava no que o irmão dizia, ele não podia deixar passar, era agora ou nunca.

-Obrigado.

Sungchan saía correndo, não sabia bem o rumo ou a direção, mas sabia onde queria chegar, e isso já lhe bastava.

Sentia a brisa leve bater contra a face bagunçando seus fios castanhos, a musica que agora tocava em seu fone servia de trilha sonora para esse aventura de amor, era tudo tão lindo que parecia cena de filme, aquela cena onde o mocinho corre atras da mocinha pois percebeu de ultima hora que é completamente apaixonado por ela e não consegue viver sem ela, pois era assim, ela era tipo o oxigênio dele, e para Sungchan, Lee Haechan era como o seu oxigênio.

Sung sentia suas pernas arderem pelo esforço excessivo que fazia, mas ele não parava, não até chegar onde desejava.

O Jung parou em frente a casa do Lee, ali estava ele, apertou a campainha, sentia seu coração bater descompassado, estava nervoso, sentia suas mãos suarem, estava nervoso.

-Channie?

-Haechan...eu...

-O que você está fazendo aqui?

-Eu precisava te ver.

Talvez para alguns, Sungchan fosse apressado e ate mesmo emocionado, mas para um pobre coração apaixonado, o tempo é relativo, e para quem ama de verdade, nada mais importa.

O Jung aproximou seu corpo, juntou os lábios e uniu um beijo singelo, calmo. Tinha paixão, luxuria, era amor, era quente.

-Só fica comigo...

-Claro...

No final..

Todos merecemos uma linda historia de amor...

Um amor avassalador..