Capítulo 12: Idiota²

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Talvez ter Jung Sungchan ali, parado na sua porta as 20h da noite não era bem o que Doyoung esperava, mas talvez era o que ele precisava.

—Claro, pode entrar.

Sungchan acompanhou o mais velho até o andar de cima onde se encontrava o quarto do mesmo.
Era extremamente organizado, tudo ali tinha o seu devido lugar, era tudo tão perfeitamente arrumado que trazia calma, era como se tudo ali trouxesse paz.

Doyoung sentou-se na cadeira onde estava, de frente para o computador e continuou seus afazeres.

—Tá fazendo o que?

—Tenho um trabalho para entregar mês que vem sobre "O que é o amor"

—Então porque tá em branco?

—Porque eu não sei o que é o amor.

—Mas você é apaixonado pelo meu irmão, isso não é amor?

Doyoung travou, ele não sabia o que responder, naquele momento ele se sentiu um idiota ao quadrado.

—Eu não sei...

Aquela resposta saiu no automático, como um desabafo.

—Eu não sei porque sempre foi eu, eu quem sou apaixonado por ele, eu quem escreve cartas que jamais serão eslntregues e sou eu quem ama em silêncio, mas não sou eu quem ele ama, não sou eu quem ele abraça e não sou eu quem ele chama de amor.

—Doyoung, eu conheço o meu irmão como ninguém, e eu te garanto, ele não ama ela, eu nem sei o porque ele tá com ela, ela é tão sem graça.

—Channie, entenda, o seu irmão é o astro do colégio, ela é a garota mais linda que já pisou ali, não tem como competir com ela, sempre escutam quando ela fala, sempre olham quando ela passa.

—Mas eu prefiro você, eu quero que seja você, eu odeio ela, eu quero que seja Jung Jaehyun e Kim Doyoung, não Jung Jaehyun e sei lá no nome completo dela.

Doyoung sorriu, ele gostava do entusiasmo do mais novo, mas ele sabia que não era bem assim que as coisas funcionavam.

—Aliás, o que você está aprontando aqui?

—A bruxa saiu com o meu irmão, não queria ficar sozinho, posso dormir aqui hoje Dodo?

Era óbvio que Doyoung tinha um coração mole e Sungchan sabia bem disso, ele jamais falaria não para aquela carinha pidona. Doyoung fazia de tudo por aquela criança.

—Pode deitar, eu já tô indo.

Doyoung apenas fechou o notebook em cima da mesa e apagou o abajur sobre a escrivaninha, caminhou até a cama deitando sobre a mesma com uma criança espremida sobre si.

Por mais que Sungchan já fosse quase um adulto ele ainda queria carinho, afeto e obviamente amor, uma figura paterna presente faria uma grande diferença, mas como não tinha, Doyoung cobria esse buraco.

Doyoung abraçou o mais novo e fez carinho nos fios castanhos, conversava sobre coisas que o mais novo não entendia ainda, assuntos sobre física e quimica e como o nosso corpo reage quando estamos apaixonados.

Naquela noite escura e fria, Kim Doyoung não era apenas o tutor de Jung Sungchan e sim o seu irmão mais velho, aquele que lhe dava carinho, que lhe abraçava forte, aquele que lhe dizia palavras de conforto e que falava que tudo iria ficar bem, mesmo sendo mentira, aquele que dormia com ele quando o mesmo tinha pesadelo ou chovia forte, naquele noite Kim Doyoung foi o irmão que Jung Sungchan nunca teve, e talvez por isso o mais novo chorava tanto, chorava por saudade, chorava por se sentir fraco e insignificante, chorava por chorar, queria limpar a alma.

—Pode chorar, não tenha medo, eu estou aqui.

E ali, nós braços do Kim. Jung Sungchan chorou até dormir.

E ali, naquela cama um pouco apertado com uma criança nos braços, Kim Doyoung entendeu que o amor é bem mais do que ele imaginava e que a felicidade estava bem ali, nas pequenas coisas.

—Boa noite Channie..

Doyoung depositou um beijinho na testa do mais novo e ali mesmo dormiu.

Amor de (Não)Irmão também é amor.

Missão Como(Não)Conquistar o Garoto Popular (DOJAE)Onde histórias criam vida. Descubra agora