Cap 19 - Amor Sem Fronteiras

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Monca: arte marcial

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Monca: arte marcial

Pico Marto: local para amadurecer o dom recebido

Sete anos mais tarde...               

Apesar de nascer na Terra, Marguel Redin também aprendeu sobre Galácena. Por causa do banimento da mãe, a maior ambição era conhecer o lugar. Cursando a escola básica, fora orientada pelos pais, entretanto, a estar preparada para conviver em um grupo um tanto hostil. Mesmo em tenra idade, o egoísmo e a intriga pareciam brotar nos corações já na primeira infância. Uma evidência do instinto selvagem que a menina observava no dia-a-dia.

A personalidade pacífica recebia uma pitada encorpada de rebeldia e determinação. Contudo, indignava-se com a violência do mundo adulto, sem compreender o motivo que o levava a tais atos. O sangue híbrido, no entanto, não permitia que influências primitivas a dominassem, nem quando o planeta oferecia cenas desconfortáveis.

Cresceu com a mãe explicando que a paz entre as pessoas é o reflexo do amor, da paciência e da dedicação ao bem. Por consequência, buscava pela justiça e se envolvia — com certa frequência — em discussões tão logo percebia a tirania tentando roubar a vitória.

A poucos meses de completar sete primaveras, a garota ouviu — por acidente, disse ela — uma conversa confidencial dos pais. A esperança, então, conquistou-lhe a alma, pois a viagem ao planeta materno ganhava a primeira camada de tinta no papel. Portanto, encabeçou uma investida psicológica no casal com o universo de Sofia se acumulando nos sonhos pueris.

Nos primeiros anos de vida, Marguel foi preservada quanto a sua verdadeira origem. Ser mestiça na Terra poderia significar um perigo maior que em Galácena.

Com quase sete anos, porém, as diferenças começaram a surgir. Assim, vieram os protestos e questionamentos, pois toda a história lhe dizia respeito.

— Eu ainda tenho que ir a essa escola, mamãe? — puxou o emblema da camiseta do uniforme de má vontade. — Eu acho inútil!

A menina aguardou a amarração dos cadarços cor de rosa, segurando o desenho bordado no peito até que a mulher reparasse.

— Mesmo que tenha uma noção das regras de Galácena, enquanto viver aqui seguirá as normas e as condutas da Terra! — Sofia admirou a fisionomia infantil, vendo um pouco de si na perspicácia da garota. — E ao que tudo indica, ir à escola faz parte desse conjunto de leis, não é?

Entre sorriso e careta os olhares se esbarraram. A pequena cedeu à simpatia materna e, numa fraude momentânea, içou o canto do lábio.

— OK, mamãe — sustentando um rostinho resignado, de quem aceita sem concordar, lançou a mochila colorida nas costas. — Mas eu ainda irei para lá, hã.

O murmúrio "reclamão" saiu meio sem graça, mas num tom proposital. Sabia que a galaceana pensava como ela e que talvez precisasse apenas de uma "forcinha" para irem embora. Afinal, uma possibilidade concreta rodeava os três há semanas. Além do mais, não havia família lá, incluindo os avós paternos, falecidos há três anos.

Galácena E Os EscolhidosOnde histórias criam vida. Descubra agora