Cap 20 - Um Amigo Especial

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                        Como Marguel nasceu na Terra, adquiriu dupla planetalidade

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                        Como Marguel nasceu na Terra, adquiriu dupla planetalidade. Desfrutava, contudo, de um universo tão novo para si quanto à sua mãe. Há pouco tempo os pais haviam lhe contado o motivo de estarem longe de Galácena e os responsáveis por essa atrocidade. Mesmo sendo pequena, compreendeu pertencer aos dois mundos, embora desejasse viver onde Sofia cresceu.

Com as famosas histórias de aventura, às quais ouvia a cada fim de tarde, guardava na mente muitos detalhes daquele universo especial. Estava convicta se sentir em casa ao chegar no local, até então, exclusivo em sua imaginação.

_E porque não voltamos ainda, mamãe? - Interrogou a garota com os olhinhos curiosos de sempre. A cabeça no travesseiro macio e perfumado e as mãos trabalhando a barra acetinada da coberta. - Quero tanto conhecer seu planeta.

_Seu também, lembre-se disso! - Frisou a galaceana, ajeitando o cobertor. Após um longo suspiro, continuou - se fosse fácil, já teríamos deixado a Terra, querida! Mas não se preocupe, daremos nosso jeito. Já estamos trabalhando nisso!

Apesar de manter a voz doce e gentil, a guardiã disfarçava o nó apertado na garganta. Este, vinha acompanhado de um sentimento amargo, ao refletir a respectiva realidade.

_Estamos? - Perguntou intrigada, apoiando a bochecha em uma das mãos, animada com o assunto. O abajur de unicórnio iluminando a silhueta da mulher na parede. - E quem? Você e o papai?

Pensando na possibilidade, a dúvida infantil exprimiu-se em um rosto franzido e sério, porquanto não imaginava uma maneira em resolverem tal situação sozinhos.

Nas últimas semanas a mãe aproveitou para ensinar tópicos interessantes referentes à Galácena. As viagens forçadas, incluíam-se à lista. A garota estava ciente de que os banimentos, portanto, eram atos complicados, longe de serem considerados um passeio interplanetário comum. A pessoa banida precisava se situar e conhecer as coordenadas corretas afim de retornar. Esse processo, além de magia e maldade, dispunha da resistência do viajante, ao qual dificultava ainda mais traçar o ponto final da rota. Quanto maior a negação em partir, maior a dificuldade na resposta de regresso. A mágica cedida pelo executor entendia estar afastando do planeta algo ou alguém perigoso.

O tempo e não tanto a distância também era um inimigo respeitoso. Se calculassem a volta e errassem nas horas, poucas que fossem, poderiam se perder em um outro lugar do espaço. Assim, teriam de retornar à posição de partida, algo que, da mesma forma, reivindicava novas implicações. Com isso, muitos galaceanos se extraviavam, sem poder encontrar o ponto de início. Resignavam-se com a única consolação: as mensagens recebidas por Jalef Terók e algumas outras pessoas dotadas com dons de comunicação.

A guardiã sabia da necessidade da filha em conhecer e falar sobre Galácena. Amadurecendo com rapidez, estava pronta para participar de conversas complexas com os pais. Àquela altura, com a habilidade aflorando, era melhor escancarar qualquer verdade à qual a menina questionasse, evitando equívocos futuros.

Galácena E Os EscolhidosOnde histórias criam vida. Descubra agora