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Carol Clifford

Senti a água gelada bater contra o meu rosto fazendo eu me  manter acordada, esfreguei os olhos e escutei duas batidas na porta. Ignorei e me olhei no espelho, meus olhos tinham olheiras fracas e meu cabelo estava despenteado. Amarrei o mesmo em um coque e vesti minha jaqueta novamente. Sai do banheiro e vi Lana e Ianny dormindo sentadas uma do lado da outra.

- Carol? -ouvi a voz de Maitê atrás de mim-

Coloquei a mão na cintura pronta para tirar a minha Glock, mas antes de fazer isso vi o rosto dela.

- Ooh sou eu! -ela disse erguendo as mãos como se quisesse mostrar que era ela-

- Nunca mais faz isso! -disse séria-

- Desculpa. -ela pediu e eu respirei fundo-

- Você não quer dormir um pouco? -ela pergunta um tempo depois e eu neguei-

- Só vou dormir quando eles estiverem bem! -disse caminhando até a máquina de lanches-

- Carol eu cuido dele. Você precisa dormir! -ela disse e eu parei e olhei para ela-

- Maitê se as próximas palavras que saírem da sua boca forem você precisa dormir, eu vou dar um soco em você! -gritei com ela-

- Você quer me bater para descontar sua raiva? Vai lá! -ela disse séria e eu voltei a andar-

- Quando sua irmã teve overdose pela primeira vez eu não tentei tirar você de perto dela! -gritei e ela caminhava atrás de mim devagar-

- Não estou tentando fazer isso! -ela disse e eu revirei os olhos-

- Claro que não! -disse respirando fundo e parando na frente da máquina de lanches-

- Você está cansada, machucada e aposto que sua cabeça está martelando de dor. -ela diz e eu pego dinheiro para comprar um café-

- E você falar no meu ouvido não melhora em nada! -disse colocando a nota de dez dólares na máquina e selecionando qual bebida eu queria-

- Eu só estou tentando cuidar de você! -ela diz me virando para ela bruscamente-

Sem passar duas vezes meu punho se fecha e assim que vou acertar seu rosto sinto alguém me segurar.

- Isso não vai ajudar em nada! -minha avó disse segurando meu braço-

- Me solta porra! -disse me soltando dela-

- Só estou preocupada... -Maitê disse e eu respirei fundo pegando meu café-

- Por quê você não volta para sua irmã drogada e me deixa? -perguntei e minha avó me deu um tapa na nuca-

- Peça desculpas agora! -ela disse e eu respirei fundo-

Quando eu ficava estressada eu acabava descontando nas pessoas, isso me deixava cada vez mais mal comigo mesma. Respirei fundo e soltei o ar enquanto olhava para Maitê que estava com uma cara brava e ao mesmo tempo triste.

- Me perdoe Maitê, não quis magoar você... -disse em um tom calmo e ela coçou a garganta-

- Tudo bem, eu sei como você age quando está nervosa. -ela disse e eu esfreguei os olhos-

- Eu quero ficar um pouco sozinha, tudo bem? -perguntei para minha avó-

- Certo, qualquer coisa me ligue! -ela diz e eu concordei saindo-

Assim que abri as portas do hospital o vento gelado bateu contra o meu rosto e eu respirei fundo. Abri meu café e tomei um pouco, precisava me manter acordada, assim que dou um gole sinto o líquido quente esquentar minha garganta e me deixar um pouco mais calma. Meu celular começou a tocar, era um número desconhecido, mas assim que atendi meu sangue ferveu.

|| Ligação On ||

- Ele está bem? -a voz de Stella adentrou meus ouvidos e eu olhei em volta-

- Muita coragem sua me ligar depois do que você e a suas irmãs fizeram! -disse pegando um cigarro e acendendo-

- Não era para nada daquilo ter acontecido! Porquê vocês tinham que revidar? Elas iam só dar um recado! -sua voz saiu aflita e agitada-

- Claro que sim, lembra o que eu avisei quando nos vimos pela última vez? -perguntei dando uma tragada no cigarro-

Sua voz sumiu e um silêncio tomou conta da ligação.

- Eu disse que ia matar você! Se o Francis morrer eu juro por Deus que eu vou matar vocês uma na frente da outra! -disse calma e ouvi algo cair do outro lado da ligação-

- Nós precisamos de vocês Carol! Você não entende? Ele nunca vai desistir de vocês! -suz voz de choro tomou conta da ligação e eu respirei fundo-

- Seu pai só quer poder! Ele só quer mais dois soldados para esse exército mafioso dele! Ele só quer juntar duas máfias! -gritei e joguei o copo de café longe-

- Eu não tenho culpa! -ela disse chorando e eu senti a raiva me dominar-

- Não tem culpa? Você sabia de tudo e nunca me contou nada! Meu irmão teve que morrer por causa disso! -disse sentindo as lágrimas escorrerem dos meus olhos-

- Eu me culpo por isso até hoje... -ela disse e eu ri-

- Se isso fosse verdade você não faria tudo que ele pede sem nem pensar duas vezes! -disse séria- Meu último aviso é que eu quero vocês bem longe de mim e da minha família! -gritei-

- Você sabe que eu não posso interferir nisso... -ela diz com a voz embargada-

- Eu não me importo o que você vai fazer para convencer ele, mas garanto que se vocês aparecerem de novo eu vou acabar com todos vocês! -disse e desliguei a ligação-

|| ligação Off ||

Assim que desliguei a ligação ouvi alguém me chamar, mas dessa vez eu não me precipitei, eu conhecia aquela voz, sorri fraco e olhei para ela. Seu rosto estava um pouco vermelho por conta do frio e seus olhos um pouco fechados, provavelmente ela acabou de acordar.

- Acordei e você não estava lá... -ela diz esfregando o rosto e eu sorri-

- Desculpa, precisava de um tempo para mim. -disse sentando em um banco que tinha ali e jogando meu cigarro na lixeira-

- Entendi. -ela parou na minha frente- Toma. -ela me entregou uma balinha de morango-

- Você não gosta de cheiro de cigarro não é? Desculpa. -ri e ela sorriu abrindo a balinha e colocando na minha boca-

- Não muito. -ela disse e eu abaixei a cabeça-

- Desculpa... -disse encarando minhas mãos-

- Não tem problema. -ela disse me olhando e eu fiquei com medo de encarar ela- Quer me contar o que aconteceu lá? -ela perguntou e eu engoli em seco-

- Tenho medo de como vai me olhar quando eu contar tudo. -disse e ela ergueu meu queixo-

- Eu nunca vou julgar você por defender quem você ama Carol! -ela diz e eu respirei fundo-

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Nota da autora - E mais uma vez eu apareço sem mais nem menos. KKKKK


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