Capítulo 9: Bar da Praia

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20h:11min – Terça

A noite está tão gostosinha, o clima está tão favorável, como a maioria das noites no Rio de Janeiro.

Apesar de calor, há uma brisa fresca que torna tudo melhor. Optei por vir encontrar o Victor com uma saia jeans e uma blusinha ombro a ombro branca.

Ele também estava com roupas despojadas e fresquinhas. O Victor havia sugerido que a gente viesse ao Bar da Praia que fica no andar térreo do Hotel Marina Palace. As comidinhas que são oferecidas aqui normalmente são mais leves e saudáveis.

E, por eu estar comendo muita bobagem nos últimos dias, nada melhor que tentar algo que não comprometa minha saúde, né? Deus me livre entupir alguma veia por conta de excesso de consumo de comida gordurosa.

Não que eu me importe realmente com isso, afinal eu jamais conseguiria deixar de comê-las... Principalmente os chocolates! Eu sou chocólatra demais para ficar sem.

Observo o lugar atentamente. O ambiente é extremamente acolhedor, em tons de branco, verde e tem uma pintura magnifica na parede do bar, cheia de cores vividas. E, além disso, a companhia também está ótima, não posso negar.

Sempre que saio com o Victor, tudo que gira em torno dele, e ele em si, é calmo e tranquilizador. O Victor tem uma aura muito boa, bem zen, de leveza mesmo, sabe?

Ele é pacifico em tudo, seja no jeito de falar, na maneira que gesticula com as mãos, no trato com os animais no trabalho. Na gentileza com as pessoas ao redor, não se importando se são funcionários ou donos do estabelecimento.

O Victor sempre trata todos com respeito e dignidade. E, eu gosto muito disso nele. Do quão humano e empático ele é.

É uma companhia agradável para qualquer momento, seja ele ruim ou bom. Inclusive, estávamos conversando animadamente sobre o Snoop quando o garçom veio nos entregar o cardápio.

O Victor estava me mostrando o vídeo que a moça que adotou o filhotinho marcou a ONG.

Meu dia foi tão cheio hoje, que nem consegui entrar nas redes sociais da clínica ou da própria ong for pets.

— Ele está tão feliz! — digo emotiva ao rir do Snoop correndo atrás da pantufa da garotinha do vídeo. — Ela também está radiante, olha esse sorrisinho... — aponto para a menininha que se abaixou para abraçar o filhotinho.

— Eles tem a capacidade de contagiar mesmo. É incrível como ter um bichinho, seja cão ou gato, até mesmo um papagaio, pode mudar o humor de alguém. — Victor falou com suavidade e ao erguer meu olhar para ele, sorri.

— É um presente e tanto. Sempre digo que cuidar deles, também é uma forma de cuidar de nós mesmos. Estamos tratando-os e por sua vez, eles estão nos dando a nossa dose diária de antidepressivo.

— Por que diz isso? — Victor questiona curioso ao mesmo tempo em que observa o cardápio.

— Eles sabem identificar quando não estamos em um dia muito bom. Eles sentem com uma facilidade absurda a nossa energia, principalmente quando estamos desanimados ou tristes... — expliquei baixinho, ganhando a atenção do Victor. — Igual hoje.

— Você estava mal? — ele me olhou preocupado.

— Desanimada. — me apressei em falar e o Victor assentiu. — Eu estava fazendo acupuntura no Billy, o gatinho paralisado, sabe?

— O que sempre te morde? — Victor pergunta com bom humor.

— Esse danadinho mesmo. Ele não me mordeu, ficou me pedindo carinho o tempo todo e lambendo os meus dedos. — Victor entreabriu os lábios em choque. — A tutora estranhou também, principalmente por ele ter pego no sono durante a sessão. Ele nunca dorme, sempre fica com aqueles olhinhos azuis atentos em tudo.

A irmã erradaOnde histórias criam vida. Descubra agora