A irmã errada

Capítulo 19: A saudade aconteceu

(Anthony)

12h:11min – Quarta feira

Levo as minhas mãos até a minha têmpora, massageando-a. Minha cabeça parece que vai explodir com tanta informação.

Estou em uma reunião com os meus pais, eles estão me passando todos os novos clientes e fechamentos de contrato.

Enquanto a minha mãe trabalha na parte do atendimento dos clientes, fazendo a ponte da agência com os novos interessados.

Meu pai, por sua vez, faz parte do tráfego, dividindo as tarefas e visando a agilidade ao cumprimento de prazos de uma campanha. Ele também é responsável pelo famoso "puxão de orelha", quando alguém atrasa a entrega de algo.

Enfim... O que quero dizer é que, depois do anúncio do meu noivado vir a público, depois da campanha para a via marte, a busca pela agência aumentou demais.

As demandas estão cada vez maiores, visto que, com a entrada de novos clientes, a parte de pesquisa, planejamento, redação, criação, mídia e audiovisual, triplicaram no último mês.

Estamos tendo que correr contra o tempo para entregar todas as campanhas.

E, eu preciso admitir que mesmo eu tendo uma mente extremamente criativa, ela está um caos com tanto projeto novo pra fazer.

Queria ao menos um tempinho de descanso e, a minha barriga tem pedido isso também. Ela não para de reclamar comigo e me avisar que precisa de comida.

Eu só voltei a prestar atenção em todas as informações que estavam sendo passadas, quando a minha mãe começou a gargalhar.

Observei o meu pai conter o riso e uni minhas sobrancelhas, não entendendo o que estava acontecendo.

— Qual é a graça? Também quero rir. — digo bem humorado e decido girar na minha própria cadeira.

— Você está de corpo presente e sua mente está em outro lugar. — meu pai fechou o notebook e abriu um sorriso espertinho.

— Por que acham isso?

— Além da sua barriga estar roncando há cerca de 30 minutos. Você acabou de concordar que seria interessante fazer uma propaganda da Havaianas dentro do Outback. — fiz uma careta enquanto a minha mãe explicou com diversão.

— Perdão! Minha mente está realmente exausta e pedindo por descanso. Preciso organizar as minhas ideias.

— E sua barriga está pedindo por um dogão, acertei? — meu pai ergueu inúmeras vezes a sobrancelha e eu acabei concordando aos risos.

Ao ouvirmos várias vozes vindas do corredor, nós três olhamos para a porta de vidro.

Meu tio, meu primo, a Sabrina e a Mih estavam passando por ali. O tio Xavier perguntou se podia entrar na sala e assim que meu pai lhe deu permissão, ele abriu uma frestinha da porta.

— Estamos indo almoçar naquele restaurante vegetariano e depois vamos fazer algumas fotos das meninas lá na lapa. Querem nos acompanhar? — ele perguntou com simpatia.

Continuei mantendo meu olhar nos outros três, eles estavam tão confortáveis uns com os outros. Gosto de saber que eles se dão tão bem assim. Gosto de saber que a Mih está em torno de ótimas companhias.

Mikaela, percebendo meu olhar, sorriu pra mim e empurrou o meu tio para o lado.

— Você vem, querido?

— Não querem ir comigo comer um dogão, não? — sugeri e todos fizeram uma careta enojada.

— Tem muitas calorias e eu preciso perder peso, não rola. — Mih disse e eu torci a boca. — Depois combinamos de comer algo mais saudável juntos. — ela mandou um beijinho pra mim e saiu andando com todos os outros.