Capítulo 18: CoffeeTown

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16h:15min – Terça feira

— Você está tão quietinha e distraída hoje. — Victor diz com jeitinho ao se aproximar de mim na cozinha da ONG. — Fez todos os animais e nem sequer parou para almoçar.

É estranho eu sempre sentir, que a minha energia fica completamente pesada quando tenho atritos com a minha mãe ou com a Mih?

Porque de verdade, parece que elas sugam totalmente a minha energia e o que há de sentimentos bons em mim. Eu fico completamente indisposta, desanimada e muito emotiva.

— Estou com o pensamento longe mesmo. — abro um sorriso pequeno e levo um pedaço de melão até a boca. Mantenho o olhar no Victor que está com um semblante curioso e preocupado. — Quer um pouco de salada de fruta? — ofereço o potinho.

— O que eu quero é te ver bem. — Victor passa o braço ao redor do meu ombro e eu passo o meu ao redor do seu quadril, apoiando a cabeça na sua barriga.

— Ela está desse jeito porque o clima na casa da mãe dela está cada dia pior. Praticamente insuportável. — Sueli explicou por mim. Desviei meu olhar para ela e quando notei seus olhos amorosos, meu coração se aqueceu um pouquinho. — Você sabe que sempre estaremos com as portas abertas pra te receber, né? Eu e o seu pai amaremos tê-la lá em casa.

— Sei disso. Só que já tem a Mel por lá, o Igão que vai quase sempre, a Liby pra se preocupar e eu não quero tirar a liberdade de vocês...

— Você não é uma preocupação, Emily! Você é família e faz a casa ficar ainda mais alegre quando está lá com a gente. — Sueli me garantiu e eu ri baixinho. Ela olhou pro Victor e depois olhou pra mim, abrindo um sorrisinho sugestivo, porém discreto. — Sei que você já fez tudo que tinha que fazer, mas de qualquer maneira eu vou até lá terminar de cuidar da nossa Filó. Você pode ficar aqui comendo até dar o seu horário de ir embora. — ela pisca pra mim.

Victor, que até então estava abraçado comigo, arrastou uma cadeira da mesa, aproximando-a de mim. Ele me soltou apenas para se sentar à minha frente.

— Quer que eu te dê uns beijinhos para você se animar? — Victor sugeriu com um sorriso brincalhão. Fiquei olhando pra ele e suspirei. — Péssima ideia, né? Desculpa... — ele torceu a boca, claramente chateado.

— Aceito os beijos. — digo baixinho e o Victor me olha surpreso, mas feliz. — Você não vai me achar carente se eu disser que preciso de carinho, vai? — sussurrei, insegura.

— Jamais, linda! — Victor tocou o meu rosto com amabilidade e arrumou alguns fios do meu cabelo.

Ele foi se aproximando lentamente de mim, até que juntou os nossos lábios. O toque dos seus lábios no meu estava extremamente cuidadoso, o que me fez sorrir um pouquinho.

Entreabri meus lábios para que pudéssemos aprofundar mais o beijo. E fiquei muito agradecida por toda a gentileza que Victor estava tendo comigo.

Apenas nos separamos quando o toque do meu celular se fez presente. Antes de eu atender a ligação, observei os sinais claros de expectativa nos olhos do meu amigo.

— O que está se passando nessa sua cabecinha? — perguntei enquanto estendia a mão para o meu celular em cima da mesa.

— Quer ir pra minha casa na sexta? Passar a noite comigo? — Victor parecia receoso e inseguro com a minha possível resposta.

Deixei um selinho sobre os seus lábios e olhando ainda em seus olhos, respondi:

— Adorei o convite! — Victor sorriu de orelha a orelha e tanto eu, quanto ele, voltamos a atenção para o visor do meu celular. — Ué, por que o Tony está me ligando? — fiquei realmente surpresa e notei o olhar de chateação do Victor.

A irmã erradaOnde histórias criam vida. Descubra agora