Capítulo 33: Você me ajuda?

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17h:17min – Sábado

As férias são boas pra mim porque eu posso fazer os meus hobbies com mais tranquilidade.

Amo poder fazer as minhas pinturas, sem me preocupar com possíveis contratempos. Amo ter a liberdade de pincelar tudo o que eu acho que vale a pena ser colocado em tela ou no papel.

Estou usando algumas coisinhas da maleta linda que o Tony me presenteou. Tem tantas cores diferentes das que eu tenho, que tornam a minha pintura mais vivida. Adoro dar vida as paisagens com cores mais fortes e vibrantes.

Como o campo de girassóis ainda está bem nítido em minha mente, é ele que eu estou pintando. Vai ficar lindo na parede do meu quarto e eu estou louca para expô-lo.

Levei o pincel até a cor azul, dilui um pouquinho dela e fui fazendo alguns x no céu, espalhando a cor de maneira uniforme na tela.

Embora eu goste de ficar sozinha nesses momentos, eu estou gostando demais de ter a companhia da Liby comigo.

A gatinha é fascinada pela varanda da cobertura do meu pai. Ela passa horas do seu dia aqui, observando tudo através do vidro, principalmente os pássaros que quase sempre passam voando no céu.

Ainda bem que existe essa parede envidraçada, caso contrário, a Liby já teria pulado em direção aos pássaros e em direção a própria morte.

Apesar de eu estar distraída e completamente ocupada com a minha pintura, eu conseguia perceber as coisas ao meu redor, incluindo os sons. Pude ouvir a voz do Tony enquanto ele subia as escadas.

Ele estava agradecendo o meu pai por dizer onde eu estava e falando alguma coisa relacionada a futebol americano.

O fato do Anthony estar aqui nesse horário me deixou levemente intrigada, não havíamos combinado nada.

Não tínhamos nenhum passeio ou compromisso juntos hoje. Inclusive, achei que ele tiraria o dia para ele. Para ir surfar como tanto gosta de fazer, para ficar um pouquinho com os pais, para ficar com a Bia na casinha da árvore...

Como eu estava de costas para a porta da varanda, só soube que ele estava comigo, quando o Tony se sentou atrás de mim e me puxou contra o próprio peito, me abraçando por trás.

Por eu estar com um coque despojado, meu pescoço e nuca foram os primeiros locais que ele deu alguns beijinhos.

— Eu achei que você estaria ocupado hoje. — digo baixinho, mas mantenho um sorriso no rosto e toda minha concentração nos detalhes finais da tela.

— Fui surfar um pouco e levei a Bia comigo. Ela queria aprender a se equilibrar na prancha. — ele me explicou.

— E a minha pequena conseguiu? — questionei, interessada. E continue passando o azul ao redor das pétalas dos girassóis.

— Ela caiu algumas vezes, mas ela é persistente. A Bibia não sairia da praia até conseguir pegar uma onda, mesmo que pequena. Demorou bastante, mas quando ela finalmente conseguiu, ficou toda elétrica, principalmente porque eu filmei o momento.

Enquanto eu terminava os retoques, desviei o olhar para a tela do celular que ele posicionou em frente ao meu rosto e sorri genuinamente com a alegria da Bia.

— Daqui a pouco ela estará surfando que nem você. — informei-o e recebi um beijinho sobre o ombro.

Observei de soslaio o Anthony apoiar o queixo sobre o meu ombro para poder bisbilhotar a minha pintura.

— Futuramente você devia pensar em abrir sua própria galeria de arte, sabia disso? Devia expor as suas telas.

— Não sei se seria uma boa ideia...

A irmã erradaOnde histórias criam vida. Descubra agora