Eu te protejo

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volteii de novo...

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Assim que ouviu aquela voz, Inês imediatamente se colocou em frente a Márcia, como se seu corpo fosse um escudo de proteção, não podia se dar ao luxo de deixá-la desprotegida. Eric sai de trás de uma arvore e se aproxima um pouco, ele estava diferente, parecia maior, seu cabelo estava esverdeado e seus olhos brilhavam em um tom que lembrava chamas. As mãos de Inês seguravam Marcia atrás dela, pois conhecendo ela, sabia que a qualquer momento poderia querer ir de encontro ao perigo.

- Que cena mais melosa, olha, só impedi para não ver rolar um beijo e quem sabe um sexo selvagem aqui na minha mata. Surpresa em me ver Cuca?

- Surpresa não, enojada – Inês ignora o restante da fala de boiuna - Como você saiu das terras infernais? Como Ticê deixou você escapar?

Marcia segurava na cintura de Inês, sentindo a respiração dela acelerar a cada passo que Eric dava, tudo estava confuso e assustador, parecia que o tempo havia parado e tudo ficado quieto, era um silencio agoniante, em sua mente só havia o questionamento de como seu amigo havia se tornado alguém do mau, isso não fazia sentido para ela.

- Eric, o que você está fazendo? Esse não é você!

Márcia tenta falar com ele, mas se assustou ao ouvir uma gargalhada, ele parecia se divertir com a situação. Eric se encostou em uma árvore e continuou encarando as duas, seu sorriso era sombrio e sua pele começou a ganhar um tipo de escama.

- Eu não sou o Eric. Inclusive, que nome mais sem graça esse. Prefiro que me chame pelo meu nome, Boiuna.

Inês percebeu que ele estava se transformando, e antes que o mesmo terminasse de falar, ela solta Marcia e grita

-Corre Marcia

Ela sem entender nada, saiu correndo, mas não sabia bem ao certo para onde, ela estava ficando tonta ao ouvir um chiado quase ensurdecedor, ela olha para trás e vê Inês enfrentando uma cobra gigante. Em um ato de coragem, ou burrice, ela saca a arma e volta correndo para tentar ajudar. Inês vendo que ela voltava, se colocou em sua frente, para tentar proteger, mas esse segundo de distração foi o suficiente para boiuna atacar, e com uma velocidade surreal bate com a calda no peito de Inês, fazendo elas serem jogadas contra uma árvore.

Inês aguentou o impacto, mas Márcia que estava atrás dela não. Pois com a força da batida ela acabou sendo imprensada entre o corpo de Inês e a arvore. Ela sentiu o corpo todo doer, jurava que havia quebrado alguns ossos, respirar doía e estava ficando cada vez mais difícil, sua cabeça parecia rodar e seus olhos pareciam pesar. Ela viu quando Inês se aproximou de seu rosto, ela parecia em desespero.

- Márcia, fala comigo. Respira por favor, eu vou tirar a gente daqui mas para isso eu preciso que você respire e confie em mim.

- Eu confio

Foi a última coisa que Márcia conseguiu dizer antes de apagar. Inês se assustou ao ver ela daquela forma, e uma lágrima teimosa rolou por sua face. Agora ela precisava tirar Marcia dali, não podia correr o risco de deixar Eric se aproximar mais, pois sabia que agora havia demonstrado se importar com ela, e isso era como assinar um contrato de morte.

- Agora sim estou gostando do que vejo – ele fala rastejando lentamente em direção a elas -. Finalmente vou poder matar alguém que você realmente ama, e olha que bacana, eu nem precisei ir atrás, você trouxe ela para mim.

Inês sentiu seu coração apertar só de imaginar perder Márcia, e uma culpa invadiu seu corpo, pois ela poderia ter impedido Marcia de vir, podia ter posto ela para dormir, mas não, ela foi fraca e cedeu a teimosia da outra. Ela sabia que não tinham nada, mal podiam se considerar amigas, mas o medo de perder ela era tão grande que não sabia explicar. Mas agora não havia tempo para arrependimentos ou medos, ela precisava ser rápida, e tirar Marcia do campo de visão de boiuna.

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