DECLARAÇÃO

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VOLTEEIIII kkkkkk e fui

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 Cinco minutos, foram cinco minutos de silencio da parte de Inês após Marcia dizer que sentiu medo de nunca mais vê-la. O que ela estava sentindo era estranho, era um misto de medo com uma vontade enorme de abraçar Marcia e dizer que não suportaria mais ficar sem ela. Mas também sabia que precisava se controlar e agir mais com a cabeça do que com o coração, porem a voz de Ament gritou em sua mente, principalmente a parte em que dizia para ela abrir o coração, e mesmo com medo, foi o que Inês fez.

- Eu também senti tanto medo de te perder Márcia. Não sei o que você aprontou aqui – diz com a mão sobre o peito - mas a bagunça foi grande.

As mãos de Inês suavam de uma forma nunca vista antes, seu coração batia de uma forma mais descompassada, e pequenos espasmos corriam por seu estomago. Ela sabia exatamente de onde vinha o medo de gostar de alguém, sabia que nunca conseguiu se entregar a ninguém depois de um acontecimento fatídico de seu passado, ela sabia disso tudo, só não sabia de onde veio a coragem para meio que se declarar para Márcia. Bom, não era bem uma declaração, mas para quem andou no inferno, um respingo de luz ilumina o mundo.

Márcia se sentiu iluminada naquele momento e sorria de orelha a orelha ao ouvir Inês falar, seus olhos brilhavam de uma forma linda, pois também tinha medo e motivos para fugir do amor, e além do mais, ela estava se declarando para a cuca, não era para qualquer pessoa, era para uma bruxa secular, poderosa e linda, principalmente linda.

- Enquanto eu estava lá nas terras infernais, eu podia ouvir tua voz o tempo todo. E foi isso que me deu forças para continuar e para voltar, eu dizia para mim mesma: eu tenho que voltar para Inês.

Inês prestava atenção em cada palavra dita, e como se sua armadura caísse, ela se permitiu chorar, era um choro com um misto de alivio, de tristeza, de alegria. Era um choro contido a tantos anos, ela chorava por ter Marcia ali com ela, chorava pelos seus que perdeu, chorou por ter medo de nunca conseguiu corresponder ao que Marcia sentia.

Marcia olhava preocupada para Inês, sem saber se falava algo, se levantava da cama ou o que fazia, mas antes que pudesse tomar uma atitude, Inês se senta na cama ao lado dela, as lágrimas já estavam diminuindo, o silencio se fazia presente naquele momento, mas não era algo ruim, era mais como um silencio de cura, um silencio que revelava mais que palavras. Inês olha no fundo dos olhos de Marcia, e de forma espontânea leva a mão até o rosto dela, fazendo carinho de leve. Marcia sorri de forma leve e fecha os olhos, se permitindo sentir o contato daquela mão macia em sua face, ela então suspira de forma longa, segura a mão de Inês e leva de encontro aos lábios, dando um leve beijo nas costas da mão, era algo simples, mas tão carregado de sentimento que fez as borboletas no estomago de Inês dançarem um tango.

Inês sorri e então se permite sentir o momento. Marcia olhava fixamente para a mão de Inês enquanto fazia carinho, seu desejo era que esse momento nunca mais acabasse, mas ela sabia que precisava quebrar o silencio e passar o recado de Ticê e Anhangá, então novamente suspira, olha nos olhos de Inês, e sem soltar a mão dela começa a falar tudo o que lembrava.

- Então quer dizer que Astéria vai me contar em sonho onde está a espada, mas só você pode entrar pegar, e só eu posso empunhar a mesma. Meu deus, isso dá um nó na mente

- Foi exatamente o que me faram lá. Que tem que ser nós duas, que só você e capaz de empunhar verdadeiramente a espada e por fim em boiuna, mas o lugar que a espada está, você não pode entrar

Inês olhava para o nada, tentando assimilar tudo o que estava acontecendo e também pensando como iria fazer para pôr fim em boiuna sem perder mais ninguém ao seu redor. Marcia percebendo a distração da mesma, continua a falar, mas agora de uma forma mais divertida.

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