Improvável

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Nota Autora: Meus queridos leitores que estão acompanhando essa fic, em primeiro lugar muito obrigada por isso, trago minhas idéias para cá por vocês. Dito isso, peço que não queiram matar a Ana (eu mesma quis ao escrever esse capítulo), mas tenham piedade da bichinha, ela está doidinha, confusa e sem limites.

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Pov
Ana

Senti que Mariana engoliu a seco, ficou claramente nervosa, eu havia acabado de agir por impulso novamente.

- Que pergunta é essa Ana? - Mariana indagou confusa e nervosa ao mesmo tempo.

- Muito simples, agora na cozinha ficou claro rolou uma espécie de "clima" confuso entre a gente. - ao falar isso, percebi a expressão da Mariana mudar.

- Eu não sei se estou afim de falar sobre isso...

- É que gostaria de deixar claro que isso é improvável entende? - no fundo eu sabia que estava cometendo um erro, mas agora eu não tinha como voltar atrás, falei demais e por dentro eu estava com muito medo.

- Como assim??? - percebi que Mariana estava estática, sem acreditar no que eu estava falando.

- Essa é outra regra. Não podemos nos envolver, somos apenas amigas.

- Desculpa mas não o estou conseguindo te acompanhar...Quer dizer, as duas primeiras regras eu entendi, mas e essa terceira?

- Eu não gosto de mulheres Mariana, já tinha deixado isso claro para você. -  tentei ser o mais convincente possível para manter a conversa equilibrada. Mas claro que ao falar isso desviei o olhar, no fundo eu estava mentindo.

- Não estou gostando do rumo dessa conversa. - Mariana estava com os olhos marejados.

- É que vamos ficar muito próximas esse tempo em que estivermos fingindo um relacionamento, mas não quero te confundir ou que crie falsas expectativas. - dei uma pausa e notei que Mariana estava golpeada pelas minhas palavras, era evidente que eu estava sendo muito dura, tentei amenizar: - É que não quero te magoar...

- Sinceramente acho que de alguma forma você acabou de fazer isso. - Mariana falou com a voz trêmula, fez menção de ir embora. Eu estava devastada por dentro, tentando entender meu comportamento a todo momento, eu acho que por ter medo, eu estava criando uma espécie de blindagem, um escudo para que nem eu e nem ela saíssemos feridas.

- Mariana... Você está gostando de mim? De novo? - fiquei fraca, sem ação. Tinha acabado de estragar tudo com ela e não sabia ao certo o que falar.

- Chega Ana, já foi suficiente. - ela deu as costas para mim e ensaiou alguns passos para ir embora.

- Mariana, volta aqui, espera... Você não respondeu à minha pergunta? - Corri atrás dela e segurei em sua mão tentando para-la.

- Se voce está preocupada com algo. Pode deixar que não vou te decepcionar, ok? - ela deu uma pausa, e olhou para minha mão, eu estava segurando ela com força: - Agora posso ir??? Está me machucando...- falou olhando para a mão que estava sendo apertada por mim, ela estava com voz embargada de choro. Estraguei tudo, sou uma idiota, pensei imediatamente, era evidente que ela nutria alguma esperança e que coloquei tudo a perder por puro medo, instabilidade emocional e imaturidade da minha parte. Depois daquele beijo eu estava agindo como uma adolescente e o pior é que tornei nossa farsa praticamente insustentável seria muito difícil dali para frente. Agora era tarde, não poderia voltar atrás. Nos olhamos nos olhos, ambas estavamos com os olhos marejados. Resolvi liberar ela, soltei a sua mão e imediatamente ela partiu dali com passos firmes. Fiquei parada, decepcionada comigo, obvio que eu caí no choro assim que ela se afastou. Balancei a cabeça colocando a mão na testa e sentei no sofá do pergolado.

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