Pov
AnaNo caminho de volta para casa, me senti determinada a conversar com a Mariana sobre meus sentimentos. O dia de hoje tinha deixado às coisas muito claras para mim, eu já não estava mais confusa. Sei que tinha a Elena, mas eu e Mariana era inevitável, haviam sentimentos fortes e eu queria avançar nisso. Eu tinha vontade de abraça-la, passar um tempo junto a sós, termos mais dias assim, eu a queria comigo o dia todo, precisava dela. Só não sabia como agir, deixar isso tudo claro para ela, me sentia insegura, pois não sabia exatamente qual seria sua reação, afinal ela afirmou que gostava da Elena e eu as peguei na cama hoje pela manhã. Eu não poderia colocar tudo a perder, principalmente nossa amizade que para mim vinha acima disso tudo. Eu a amava e a única coisa que não suportaria, era ter ela longe de mim por conta de um passo maior que as pernas ou um passo em falso.
Deitei minha cabeça sob seu ombro, senti seu carinho o que me fez ir no céu. Eu amava o toque dela, me sentia segura, eu estava apaixonada pela Mariana.
Chegamos em casa e as crianças foram para seus quartos, estavam exaustas. Eu também estava, eu e Mariana estavamos com as bebês adormecidas em nossos colos, ja nem sentia mais meu braço, Valentina estava pesada.
- Quer deixar a Regina aqui essa noite? - perguntei para Mariana.
- Sim, acho uma boa idéia, assim ela dorme melhor... - ela concordou então subimos para o quarto das bebês. Chegando lá eu coloquei Valentina no berço, Mariana teve que trocar a fralda da Regina, mas ela conseguiu fazer sem acorda-la.
- Juro que fiquei apreensiva dela acordar... - falei sussurrando para não acordar elas.
- Quando a Regina dorme assim, nada mais a acorda... - Mariana respondeu em sussurro enquanto finalizava a troca da menina no trocador.
- Ela está tão linda... Parece com você. - Eu comentei sorrindo e olhando para ela, Mariana sorriu tímida.
- Acho que ela lembra mais o Pablo, mas definitivamente tem o meu nariz.
- Se você diz...
- Valentina é que está igualzinha a você. - Mariana comentou.
- Valentina é a cópia da Ceci... Meu útero não teve muita criatividade. - brinquei.
- Mas as duas são lindas como você, elas herdaram seus olhos.
- Você gosta dos meus olhos Mariana? - me posicionei na frente dela confiante, lembrei da cantada da Julieta no bar e de muitas outras que recebi ao longo da vida. Senti que Mariana ficou constrangida então falei: - Não precisa responder... - olhei para baixo sem graça.
Ela colocou Regina no berço e me puxou pela mão, eu arregalei meus olhos assustada, não contava dela me puxar assim. Chegamos no corredor e ela falou:
- Preciso ir... Amanhã venho buscar a Regina.
- Porque não fica? - toquei na mão dela e nos olhamos com carinho. Ela tocou em minha bochecha e eu virei o rosto para beijar sua mão. Sua mão estava gelada, segurei em sua mão tentando aquecer e então comentei preocupada: - Está com frio? Quer um casaco?
- Não é frio... - ela respondeu tímida e continuou a falar: - É que e-e-eu fico nervosa quando estou perto de você. - ela gaguejou nervosa e assim que ela confessou abri um sorriso carinhoso. Mariana ficou sem graça e falou: - Que foi? Você está rindo de mim?
- É que acontece o mesmo comigo. - eu comentei tímida e o clima ficou intenso entre nós duas.
- Seus olhos mexem muito comigo. - ela respondeu à minha pergunta.
- Então você gosta deles? - indaguei curiosa.
- Gosto de tudo em você... - Mariana jogou uma cantada e eu logo falei:
- Vamos para o meu quarto? Aqui não conseguimos conversar direito.
- Seu quarto?!- Mariana arregalou os olhos.
- Sim, ou para a sala, escritório... Não sei, um lugar que se sinta bem. - respondi sem graça, talvez eu tenha sido muito afoita.
- Vamos lá para fora, lembra da segunda regra? - Mariana me lembrou de que deveriamos ter conversas mais íntimas de forma isolada.
- Claro, claro. Você tem razão. - descemos para o quintal e fomos até o Pergolado foi la que tivemos a outra conversa. Chegando lá, sentamos juntas no sofá, uma de frente para outra.
- Quer dizer que você me convidou para ir para o seu quarto? - Mariana me olhou com malícia.
- E-e-e-eu... - gaguejei e não consegui falar, estava constrangida.
- Alguma coisa mudou aqui Ana?
- Do que está falando?
- Não sei... Essa madrugada você fez e disse coisas.
- Desculpa pelo sofá, eu prometo que segunda vou contratar uma equipe para higienizar e....
- Não lembra do que você falou?
- Sinceramente?! - dei uma pausa: - Não. É que fico com a memória falha quando bebo...
- Você e o mundo inteiro. - brinquei.
- Porque você não me conta? O que eu disse? - eu sabia que tinha beijado a Mariana, mas não lembrava do resto.
- Mas se você não lembra, não deve ser importante.
- Por favor... - toquei em sua mão e pedi: - Me conta, é importante que eu saiba...
- Ok... Você falou sobre a terceira regra ser idiota. - ficou silêncio, desviei o olhar tímida, senti meu rosto corar. Então Mariana continuou: - Viu? Deveria segurar isso comigo. - fez o movimento como se fosse se levantar, segurei em seu braço para puxa-la de volta e falei:
- Não, não! Mariana, de fato, a terceira regra é idiota. Eu fui uma idiota...
- Do que está falando?
- Nunca deveria ter criado essa regra.
- O que quer dizer com isso? - Mariana perguntou, ficou um silêncio que foi quebrado por mim:- Mariana, eu estou apaixonada por você. - pronto, criei coragem e verbalizei. Agora estou aqui esperando por alguma reação dela que por hora estava com os olhos arregalados e de boquiaberta.
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O Improvável
FanfictionVamos continuar do momento em que Ana e Mariana se beijaram? Há de se convir que um beijo, sempre é um beijo, principalmente quando envolvem energia e sentimentos ja enraizados anteriormente. Um beijo pode abrir novas possibilidades e com isso traze...