Final

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Nota Autora: Final quentinho para vocês. S2  Nos encontramos depois da terceira temporada. =P

Pov
Mariana

Mal pude acreditar no que eu estava escutando, Ana estava ali sentada a minha frente e se declarando para mim. Meu corpo inteiro estava tremendo e não sabia como agir. Só sei que arregalei os olhos e abri a boca surpresa, foi involuntário. Ela sorriu tímida ao ver minha reação.

- Fala alguma coisa... - ela pediu demonstrando nervosismo.

- Isso é verdade? Apaixonada como?

- Apaixonada. - Ana respondeu acertiva.

- Mas então porque criou a terceira regra, porque disse que isso era "improvável"?

- Por medo... Mariana eu tenho medo de perder tudo o que construimos até aqui.

- Agora você não tem mais medo?

- Tenho, principalmente por saber que ama a Elena. E por isso eu entendo se quiser ir embora agora.- ficou um silêncio, eu estava com o olhar perdido tentando processar aquele momento. Olhei para a Ana, que estava encolhida, tímida, claramente insegura, amedrontada. Eu queria gritar ao vento que também a amava, mas meu corpo travou, não sabia como reagir a algo que esperei por tanto tempo. Ela então resolveu quebrar o silêncio:

- Se quiser, pode ir embora... Sei que tem muita coisa para processar, estamos cansadas. - Ana repetiu para que eu fosse embora.

- Ana, eu estou tão, tão... Não sei o que falar...

- Vamos fazer o seguinte, você vai para casa, tire seu tempo e por hora vamos combinar que nada mais precisa ser dito. Além do mais eu entendo se não for recíproco, se você não estiver sentindo o mesmo, até porque tem a Elena e... - Ana desatou a falar, estava nervosa e notei que seus olhos marejaram.

- Ei, calma! Não, eu não posso suportar te ver chorar. Ana eu te amo.

- Sim, sim eu sei. - ela respondeu e continuou a falar: - Eu também te amo, isso é o mais importante, estarmos juntas pela nossa amizade, nossas filhas...

- Eu vou embora, mas só porque eu preciso processar tudo isso que aconteceu e não porque eu esteja confusa. - eu a cortei e falei com confiança.

- Não entendi... - Ana comentou confusa.

- Eu só preciso... Bom, eu volto amanhã para buscar a Regina e conversamos mais um pouco.

- Tudo bem. Posso ao menos te pedir im abraço? - Ana olhou para mim como um cãozinho sem dono, meu coração ficou apertado em vê-la assim.

- É claro que sim. - respondi e nos abraçamos, sentir a Ana assim tão perto me enlouquecia, saber que ela também me desejava, só consternava mais. O abraço perdurou por um tempo e quando me dei conta eu estava involuntariamente fungando o cangote da Ana, aquilo era convidativo e entregava tudo que eu sentia. Então porque eu estava tão relutante? Porque eu não me declarava ali, naquele momento, estavamos ali nos acariciando em meio ao abraço. No fundo eu estava com medo de sofrer, eu já havia sofrido, e se ela mudar de idéia? Eu estava apavorada com essa possibilidade. Percebi que Ana  começara a ficar mais "abusada" com as mãos, pegou no meu pescoço e sabia que se eu me deixasse levar, eu iria me entregar a ela e não seria bom, pois eu não estava me sentindo segura, eu precisava saber se ela tinha certeza do que ela havia dito, pois afinal no outro dia ali mesmo ela havia me humilhado, dito que não tinha possibilidades entre a gente, que era improvável. Reuni toda a força que ainda me restava e falei:

- Desculpa, eu preciso ir. - levantei abruptamente do sofá deixando Ana vulnerável e sozinha. Corri para ir embora antes que eu cometesse uma loucura.

Assim que entrei no táxi me dei conta da burrada que eu havia feito. Óbvio que a Ana sabia o que ela queria, ninguém diz que esta apaixonado só por dizer, principalmente ela que foi bem clara sobre ter medo de colocar nossa amizade a perder. Pedi imediatamente para que o táxi desse meia volta, eu precisava voltar lá.

Pov
Ana

Eu nunca imaginei que sentiria tão frustrada com alguma coisa. Não pelo fato da Mariana ter me rejeitado e sim por eu ter criado tantas objeções e dificultado o nosso romance. Eu merecia aquilo, a machuquei por diversas vezes e ela "desencantou", agora ela gosta da Elena e eu perdi as chances com ela. As lágrimas começaram a descer dos meus olhos e me permiti chorar.

Depois de um tempo, resolvi me restabelecer, respirei fundo, precisava seguir em frente, eu ainda poderia tentar conquistar a Mariana, era possível, ela ja gostou de mim uma vez e poderia gostar de novo, só dependia de mim.

De toda forma acho que por hora é melhor dar um tempo de tudo, talvez tirar férias e me renovar de alguma forma.

Levantei do sofá e fui caminhando até a casa, assim que entrei escutei um barulho vindo da porta. Me assustei, quem poderia ser àquela hora? A primeira coisa que me veio a cabeça, foi pegar uma frigideira e me esconder atrás da pilastra. A pessoa insistia bater na porta, meu coração disparou de medo, mas eu teria que encarar, me aproximei da porta e perguntei quem era.

- Sou eu Ana... - era a Mariana, respirei aliviada, abaixei a frigideira e abri a porta.

- Que susto, achei que fosse algum invasor. - comentei aliviada.

- E você iria abate-lo com essa frigideira? - Mariana riu da minha cara, eu acabei achando graça da situação.

- Entra... O que houve? Esqueceu de alguma coisa?

- Sim, eu esqueci. - Mariana respondeu séria, eu franzi a testa confusa e dei passagem para que ela procurasse aquilo que havia esquecido. Então ela parou na minha frente e me olhou sorrindo sem entender muito bem, sorri de volta. Ela passou a mão no meu braço e segurou na minha mão. Eu olhei sem entender.

- O que significa isso? - olhei nos olhos dela perdida.

- Eu não sei bem como falar isso, mas eu sinto que eu nunca deixei de te amar, eu só estive com medo assim como você.

- Não vamos sentir mais medo Mariana, temos uma a outra. - olhei com confiança em seus olhos e passei a mão no seu cabelo.

- Vou fazer isso do jeito tradicional. - Mariana deu uma pausa, respirou fundo, pegou na minha mão e falou: - Ana você quer ser minha namorada? - fiquei em silêncio e uma lágrima desceu dos meus olhos. Sorri com paixão e respondi:

- Sou toda tua Mariana. Eu aceito ser sua namorada, eu te amo.

- Eu também te amo. - e por fim nos beijamos voluntariamente, com todo esse amor declarado, de coração aberto, cheias de desejo, uma união de alma. O beijo foi intenso e evoluiu para a cama onde nos unimos de forma carnal, fomos muito felizes, completas. Ali naquela cama nos amaríamos várias e várias vezes,  iríamos escrever nossa história de amor.

E é isso, dali para frente seríamos um casal, sem mentiras ou farsas, seríamos nós duas, mulheres independentes, mães, amigas e amantes. Estavamos prontas para enfrentar o mundo juntas. Nada mais seria Improvável no nosso amor.

                            Fim

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⏰ Última atualização: Nov 29, 2022 ⏰

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