Maria Eduarda encarou o guarda roupa enorme á sua frente, estava assustada, parecia que a qualquer momento sairía um fantasma dali.
Levantou-se às pressas e correu pelo corredor a frente do quarto de sua mãe. Havia assistido filme de terror e agora estava morrendo de medo de dormir sozinha.
Ah, que ótimo.
Simone com toda certeza reclamaria se ela fosse até seu quarto e pedisse para dormir com ela. Resmungou com raiva e após enfim se permitir ficar em silêncio, escutou um barulho baixinho no andar de baixo.
— So? - Chamou baixinho ao chegar na escada, logo vendo a loira colocar a cabeça ali.
Desceu as escadas e se juntou a ela no sofá. Assistiram á um filme juntas, em silêncio. Soraya gostava de ter um tempo sozinha na madrugada, mas mentiria se dissesse que não estava gostando de ter uma companhia ali.
A filha mais nova da senadora pegou no sono deitada no colo da loira, que penteava seus cabelos com os dedos. Soraya estava muito pensativa naquele momento, observava a garota dormir, pensando no filho que sempre quis ter.
César nunca quis ter filhos, segundo ele crianças só davam trabalho e gasto. Mas a loira sempre sonhou em formar uma família como naqueles filmes de natal.
Sorriu com seu pensamento e balançou a cabeça negativamente, não tinha jeito mesmo. Queria ver seu filho ou filha crescer, leva-lo á escola, ir às suas apresentações, ir ás reuniões... Fazer todas as coisas necessárias.
Soltou um suspiro triste, enquanto alisava os cabelos da garotinha adormecida em seu colo e levou sua atenção á televisão.
Estava passando um documentário na televisão, Soraya desligou a mesma e se encostou no sofá, encarando o teto. Sua vida andava de cabeça para baixo, precisava terminar aquele relacionamento com César.
Sentiu demorar demais para tomar essa decisão, tinham planos de vida diferentes e mesmo assim ela resolveu permanecer. Sentindo o arrependimento lhe corroer por dentro, passou a mão pelo rosto e fechou os olhos.
Precisava sair, conhecer pessoas, isso que ele vinha lhe privando de fazer ultimamente.
Simone acordou na força de seu ódio, ela simplesmente odiava o fato de acordar de madrugada para ir ao banheiro. Resmungou com os olhos entre abertos e seguiu até o banheiro.
Seguiu até o corredor e estranhou a porta do quarto da filha aberta. Antes que pudesse seguir até o mesmo, notou uma pequena claridade vinda do andar de baixo.
Seguiu até as escadas e ao descer, viu Soraya ali sentada, parecia pensativa. Aproximou-se um pouco mais e viu Eduarda adormecida em seu colo.
— Hum, como veio para aqui? - Questionou tirando a loira de seus pensamentos, para lhe dar a atenção.
Com um balançar de ombros, sorriu e olhou para a menina.— Ela apenas veio pra cá, deitou e dormiu.
— Aposto que assistiu filme de terror com a Fernanda e agora tá com medo.
Concluiu certa do que falava arrancando uma risada de Soraya.
— Presumo que conheça muito bem a filha que tem.- Comentou ainda sorrindo.
— E como conheço.- Disse baixinho aproximando-se para sentar no pequeno sofá ao lado.
Mais uma vez Soraya voltou a se perder em seus pensamentos, maior parte deles voltado em como seria quando tudo aquilo acabasse, quando tivesse que voltar para casa e encarar César mais uma vez.
— Você está bem? -
Questionou Simone, não era só aquele momento, mas já fazia um tempo que Soraya parecia perdida.
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Contrato (Simone e Soraya)
أدب الهواةTendo o público da comunidade LGBT como forte, Simone e Soraya são obrigadas a fingir um relacionamento. Elas só não esperavam o que estava por vir, o destino não estava lhes pregando uma peça. Ele estava lhes mostrando, como realmente deveria ser. ...