Capítulo XIII

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— Soso? - A menina mais nova sussurrou e ao não ober resposta, deitou-se cuidadosamente ao lado de Soraya.

Observou o rosto da loira por um tempo, não conseguia entender como uma pessoa tão incrível como ela, passava por tantas coisas ruins.

Sua feição despreocupada arrancou da mais nova um pequeno sorriso. Passou o braço em volta da cintura da loira e fechou os olhos, se entregando ao sono.

No andar de baixo, Fernanda ainda tentava convencer sua mãe de que não havia nada errado em se apaixonar.

— Você merece ser feliz.- Concluiu segurando a mão da mais velha sob a mesa.— A gente vai apoiar você, sempre.

Simone sorriu diante daquilo, descendo seu olhar para suas mãos.— Posso saber quem é o sortudo?

— Eu ainda não sei se isso vai para a frente.- Contou.— Mas na hora certa, eu contarei.

— Certo, só não esqueça que te apoiamos.- Concluiu a mais velha, logo levantando-se.

Simone fez seu caminho até o andar de cima com Fernanda ao seu lado, essa que seguia até o último quarto do corredor.

— Eu tenho certeza de que ela não está ali.-

Contou colocando as mãos no bolso, logo apontando para o quarto de Soraya, ao qual estava parada em frente.

A mais velha seguiu até sua mãe e ao abrir um pouco a porta, viu a irmã abraçada ao corpo da loira. Parecia estar no décimo quinto sono, sorriu ao observa-la e suspirou fundo.

— Mãe, eu preciso sair, mas não demoro a voltar.-

Avisou, voltando a descer as escadas acompanhada da mais velha que a olhou confusa e curiosa.— Eu juro que não demoro muito.

— Maria Fernanda, já se passam das meia noite onde pensa que vai? - Questionou incrédula ao encarar seu relógio.— É perigoso!

— Eu vou me cuidar, prometo.-

Concluiu, saindo de casa logo em seguida. Ao fechar a porta, seus passos pesados seguiram até o carro e pegou sua bolsa no banco ao lado do motorista.

Procurou as chaves de sua casa e ao encontra-las, colocou em seu colo e acelerou. As ruas vazias facilitavam a chegada de Fernanda ao destino que tanto queria.

Possessa pela raiva que conseguiu esconder bem em frente a sua mãe, não conseguiria esperar até o dia seguinte para fazer alguma coisa.

Não entendia como ele poderia ser tão cara de pau, ao lhe pedir a opinião sobre anéis ou lhe pedir ajuda com presentes de dia dos namorados.

E foi só então que muitas peças iam se juntando devagar. Ela nunca o viu entregar esses presentes a sua mãe, ele disse que eram apenas uma semana.

Mas e se fossem anos? Ele seria capaz de fazer uma coisa como aquela? Balançou a cabeça para tentar afastar seus pensamentos e ao chegar em frente a sua casa, pegou a chave e saiu do carro.

Encarou a mansão por um tempo e seguiu em direção a mesma á passos pesados. Girou a maçaneta, como já era de se esperar, estava trancada. 

Colocou a chave e ao girar, a porta se abriu. Entrou no local e observou tudo escuro. Acendeu a luz da sala e seguiu até as escadas acendo as luzes conforme passava.

Fernanda parou em frente ao quarto e ao perceber que a luz estava apagada pela fresta, abriu a mesma devagar e viu duas pessoas na cama.

E ele já havia colocado a outra dentro de casa.

Um clássico.

Acendeu a luz e esperou por alguns breves segundos, até bater na porta do quarto com uma certa força. Acordando os dois ali presentes, esses que levantaram de supetão.

Contrato (Simone e Soraya)Onde histórias criam vida. Descubra agora