BOLINHOS DE BANANA

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            Aconteceu primeiro, Charlie sentindo os pés cobertos por um fino lençol. Depois, sentiu pelas pontas dos dedos o colchão macio da enfermaria e um grande clarão de sol que batia por cima de toda sua cama. Com a visão ainda turva, ela rolou os olhos pela sala se deparando com uma cesta de bolinhos à mesa ao seu lado.

- Madame Pomfrey? – Charlie tentou gritar e a enfermeira logo apareceu.

- Oh, querida... Você acordou! – Sorriu. – Como está se sentindo?

- Estou me sentindo como se dormi o dia todo... Preguiçosa.

- Na verdade, dormiu por quase dois dias.

- Dois dias? – Charlie perguntou assustada. – Que dia é hoje?

- Sábado.

- Sábado?! – Charlotte se sentou mais apavorada. – Preciso ir pra sala comunal!

- Se acalme, querida. Deste jeito você não vai a lugar nenhum!

- Mas madame Pomfrey-

- Se está preocupada com seus amigos e o torneio, posso pedir para que eles venham te ver. Estão todos bem.

- Eu quero... Quero por favor. – Charlie disse se sentando mais calma debaixo dos lençóis.

- Um segundo. – Ela piscou e deu as costas para a menina.

Charlie tentou relaxar e novamente, observou a sala da enfermaria, já que não havia muito o que se fazer ali. Pousou os olhos novamente na cesta de bolinhos e abriu o embrulho transparente, deixando o rastro do perfume de banana e canela inundar suas narinas. Salivou na hora.

A ultima vez em que comeu um bolinho de banana, a garota era muito pequena. Seus pais sempre faziam na confeitaria, mas Steve desenvolveu uma alergia a canela. E então, preferindo não deixar o irmão com vontade, nunca mais fizeram... Já que preferem mil vezes o bolinho acompanhado do condimento adocicado.

Ela abocanhou o pedaço de bolo voltando quase que instantemente dez anos atrás. Será que seus pais sabiam que ela estava na enfermaria e mandaram a cesta de bolinhos? Já estava no terceiro bolinho quando Madame Pomfrey retornou sorrindo. – Seus amigos estão vindo. Ah, vejo que gostou do presente do Senhor Malfoy, não é mesmo?

- Ah eu amo bolinhos de... – Na hora que ouviu o que a enfermeira disse, parou de mastigar no mesmo segundo. – O que a senhora disse?

- Sobre seus amigos?

- Sobre os bolinhos!

- Oh sim, perguntei se você gostou.

- A senhora disse "Malfoy" e "bolinhos" na mesma frase.

- Sim, eu disse. O Senhor Malfoy mandou hoje de manhã. Ele trouxe e logo em seguida, você acordou. Charlie deixou de comer o bolinho e colocou a mão sobre a barriga. Parecia que os bolinhos ficaram podres do nada. – Senhorita Creevey? A senhorita vai vomitar? Está enjoada?

- A senhora verificou se tinha veneno nos bolinhos? – Perguntou preocupada. – Acho que posso morrer a qualquer minuto.

- A senhora já ultrapassou a cota de envenenamento, senhorita Creevey. – Madame Pomfrey disse frustrada, mas segurando o riso enquanto ajeitava os lençóis sobre os pés de Charlie. – Além do mais, por que Malfoy a envenenaria, depois de se virar contra o amigo pra poder dizer a verdade sobre quem te envenenou?

- Ele fez isso?! – Charlie perguntou espantada.

- Fez sim.

- Ele fez contra Zabine, não foi?

O Sol da Liberdade | Draco MalfoyOnde histórias criam vida. Descubra agora