Capítulo 16

94 9 10
                                    

Pov: Louis

ATENÇÃO PARA POSSÍVEL GATILHO: HÁ DESCRIÇÃO DE CRISE DE PÂNICO. SE VOCÊ NÃO SE SENTE BEM COM ESSE TIPO DE ABORDAGEM, FIQUE ATENTO A ESTE SINAL: "🚨"
AVISAREI O FIM COM ESTE: "🌼"

—Louis, acorda!.

É a voz do Harry. Sinto uma dor aguda na cabeça e todo o meu corpo derretendo e transformando-se em suor.
Levanto abruptamente da cama e não vejo Harry no quarto, então abro a porta desesperadamente.

—Harry!—Eu chamo por ele.—Hazz!

Olho em volta mas só ouço Fizzy correndo em minha direção e logo mais, Taylor.

—Louis, o que tá acontecendo?

—Eu o ouvi.— deslizo na porta até sentar no chão, seguro no braço que está com a tipóia e choro.

—Lou!—Fizzy fala em um tom extremamente empático e amoroso. Mas não é disso que preciso agora, eu preciso do meu namorado, aliás, ex namorado porque eu preferi guardar rancor.

—Ele estava aqui. Eu tenho certeza.—Falo levantando e batendo a porta com toda força que a dor tem me dado.

Cambaleio até o banheiro e ao lado da pia há um vaso com flores brancas. Às que eu sempre pedia que Paul comprasse para levar ao túmulo da minha mãe antes de eu me tornar esse doente de merda.
Não entendo como essas flores vieram parar aqui.

Merda de homem que me tornei.

Merda!

Me desculpe, mãe. "two of us" nunca vai fazer sentido porque jamais vou te deixar orgulhosa e muito menos viver uma vida por nós dois. Não consigo.

Me perdoei Hazz por eu não conseguir ser suficiente.

🚨

Sinto tudo pesado e um ódio absurdo de tudo que não consigo ser. Porra! Porra! Porra!

—Por que você não consegue ser normal?!—Grito, apontando para o espelho.—Você não é normal. Harry fez a melhor escolha quando quis se afastar de você e a pior em querer olhar pra sua cara ainda, porque isso custou a vida dele.

Sinto um calor subindo em minha pernas e logo chega em meu peito e sem exitar minha mão colide com o espelho até eu sentir que cacos de vidros estão enfiados dentro da minha carne. Me jogo no chão e não consigo nem ao menos respirar, enxergo luzes e sombras... Tudo se misturam.

Eu não sei se rio, por ser uma piada de tão irrelevante e ainda assim ser o escolhido pra ficar na terra enquanto Harry teve sua vida interrompida, ou choro por querer conseguir respirar e  sentir como se todos os meus órgãos estivessem estilhaçados assim como o espelho.

Minhas mãos tremem e minhas pálpebras piscam repetidamente e a minha vontade é pegar esses cacos e enfiar todos no coração... Mas não faço. Inúmeros golpes são feitos contra meu rosto e puxo meus cabelos e sinto que sangue escorre nos meus dedos e que parece que tudo vai desabar... Eu já me sinto no chão sempre, mas parece que nos momentos de pânico tudo o que vai acontecer é que o mundo vai cair sobre mim, que eu vou machucar mais gente, que eu sou mesmo inútil já que nem controlar o meu eu, eu consigo.

Eu só quero que isso acabe. Eu só quero parar de sentir qualquer coisa, de sentir a vida.
Eu não quero mais.

Meu peito rasga como se estivesse definhando um tecido fino e meu cérebro parece estar sendo espremido e meu pulmão espancado.

—99—se acalme seu merda!

—98—Puta merda!

—97—Porra! Eu me odeio demais. Seu doente, seu doente...

AROMA DE OPOSTOS (Larry Stylinson)Onde histórias criam vida. Descubra agora