AROMA DE OPOSTOS (Larry Stylinson)

Capítulo 19.2

Continuação...

Harry levanta com os pratos e sabe àquele silêncio desconfortável que fica entre duas pessoas logo depois de fazerem uma merda e depois quererem se pegar mais não sabem que atitude tomar?
A tensão sexual que estamos guardando é muito mais torturante. Minha vontade é pular nos braços dele e voltar sentir o perfume que eu sentia, lembro que eu levava um moletom na mochila sempre que ia passar alguns dias com Harry, o obrigava a dormir com a roupa e quando eu estava indo embora, corria no quarto para passar mais perfume, durava alguns dias o cheirinho dele. Saudades babe!

—Não precisa lavar nada H! Senta aqui comigo!

—Só um momentinho, é só dois pratos, não quero deixar nada sujo pra você que ainda sente dor no braço.

Ele se dirige a mesa enxugando as mãos e senta na cadeira ao lado.

—Hm, tem algo que queira me dizer ou perguntar?—Ele pergunta desviando os olhos pra um lugar aleatório só para não me olhar nos olhos.

—Pode ser que eu queira perguntar uma coisa bem, eu diria... Esquisita, estranha. Depende da sua resposta.

—Pois pergunte, sou todo seu enquanto você quiser que eu fique—Ele ajeita a postura na cadeira e me observa melhor.

—Quando eu estava em coma, já te falei isso, mas nessa outra dimensão, eu estava com uma ferida, bem feia inclusive, e todas as vezes que eu te ouvia, ou sentia seu perfume, era sempre às 15h e 20h, a ferida começava a sangrar e eu sentia uma dor inexplicável e quase insuportável.

—Eu estava com você, era sempre quando eu entrava na sala e você sempre ficava muito agitado, na última vez, eu tinha acabado de te beijar e você acordou atordoado e em desespero, eu quase entrei em pânico porque não deixaram eu ficar do seu lado—Eu levanto as sombrancelhas surpreso por ele me contar esse detalhe e ele abre os olhos assustado—Ah! Não na boca, eu estava te esperando acordar pra fazer isso, era na testa. Tinha muito medo de te machucar ou você sentir raiva de mim depois.

—Puta merda Harry! A ferida era na testa. Bem que o médico falou, ele estava certo. Seu beijo causa grandes efeitos sobre mim, não que eu já não sabia disso né.

—Doia muito?—Ele pergunta fazendo careta.

—Doia o bastante pra me fazer voltar. Você me trouxe de volta a vida, eu conseguia te ouvir, longe mas eu ouvia você dizendo pra eu tentar voltar pra você.

—Você me ouviu quando eu disse que eu estava com saudades da sua boca no meu...—Ele aponta para entre suas pernas.

—Ouvi isso ai não, eram poucas coisas.

—Bobo, eu nunca nem falei isso, na maioria das vezes eu ficava te olhando e chorando, desejando que eu estivesse sofrendo em vez de você.

—Eu te amo Hazz.—Falo sem ter medo ou insegurança alguma, falo antes que seja tarde demais, falo antes que eu o perca, falo antes que o meu tempo acabe. O amor precisa ser dito e mostrado e é isso que estou fazendo, já errei tanto, mas nesse momento eu tenho certeza que estou fazendo a coisa certa.

—Eu também te amo e te quero comigo, te quero mesmo quebrado, mesmo sem um dedo, mesmo sem uma perna, mesmo com dependência emocional e não me deixando respirar... Eu quero só você.

—Eu tô bem Harry, eu serei imensamente grato por você pensar em mim no momento em que eu não estava. Se você deixar, se você quiser, dessa vez eu não vou deixar que a gente dê errado.
—Levanto e olho dentro de seus olhos que estão imersos em lágrimas.

—Eu quero voltar pra você, Louis.
—Ele coloca as mãos no rosto e baixa em seu próprio colo.

Meu coração parte em vê-lo se sentindo culpado.
Me ajoelho segurando suas mãos.