Já fazem cinco minutos que Tomioka está falando o quão rápido ele é, e que eu nunca poderia fugir daqui. Eu, impaciente e burra como sou, comecei a brincar com a morte e falar que ele era insuportável e, é claro, dei a minha palavra de que nunca iria fugir.
Sim, eu estou brincando com a sorte e estou com medo.
– Vamos rápido antes de escureça. – Ele destrancou a porta e olhou para mim com aquele mesmo olhar de sempre: vazio.
– Certo. – Murmurei baixo, soltando um suspiro em seguida.
Eu quero e preciso de fugir, mas não hoje, ainda não conquistei a sua confiança, o que dificulta o meu "plano". As ameaças que eu recebi dele me deixaram aflita, causando em mim uma enorme fúria. Sempre que penso em correr, lembro-me dele dizendo que quebraria as minhas pernas.
Eu tenho amor a elas.
Quando a porta foi finalmente aberta, Tomioka saiu da casa e me puxou pelos pulsos, fazendo-me dar de cara com um canteiro de rosas, que por sinal estavam muito bem cuidadas. Fiquei me perguntando em quais momentos ele as regava, até que lembrei das suas saidinhas.
– Fique por perto, e se lembre que- – Eu o cortei em um tom cansado.
– Que se eu fugir você vai quebrar as minhas pernas e blá, blá... – Reviro os olhos. – Isso é coisa do passado, sabia?
Ele me olhou como se fosse me matar. Ignorei e fui até as rosas, me agachando e as olhando. Tomioka se aproximou e parou ao meu lado.
– Está brincando com fogo, Shinobu. – Eu o olhei e dei um sorriso debochado.
– É uma pena que eu não tenha medo de me queimar.
Ele me olhou de cima a baixo e deu um sorriso ladino, logo depois voltando para a carranca de sempre.
– São lindas. – Ele disparou.
– O que? – pergunto confusa.
– As rosas – Tomioka arrancou uma flor e aproximou a mão, fazendo-me encolher de medo. Ele parou. – O que foi?
– Nada... – Me levantei. – Estou com sono, quero entrar. – Minto, porém ele pareceu não ligar.
Me levanto e entro enquanto ele tranca a porta, me sento no sofá e minha barriga ronca.
– Vamos comer.
– Ta bom...
⚠︎
Depois que almoçamos nós fomos ver um filme, e adivinha, era de terror.
Eu dormi durante todo o começo do filme, por isso não tenho muito direito de voz. Falando em dormir, tive um dos melhores sonhos da minha vida!
Eu sonhei com o Douma.
Fiquei muito feliz quando acordei, mas quando lembrei-me de onde estou, a minha felicidade evaporou, assim como ele.
Estou presa em uma casa escura, de um desconhecido que me sequestrou e me obriga a agir como se nada tivesse acontecido. O pior é que eu própria me submeto a isso.
Eu até diria que não tenho o que reclamar, pois ele ainda não fez nada comigo, nada além do sequestro. Não é que eu queira, é claro que nunca vou desejar algo tão repugnante contra mim, contra o meu corpo e mente.
O melhor a se fazer por enquanto é agradecer a Deus e continuar quieta no meu canto.
– Vou tomar banho, sobe para o seu quarto. – Tomioka mandou, fazendo-me cerrar os olhos.
Shinobu, apenas obedeça.
– Certo. – Levantei do sofá e subi as escadas com rapidez, querendo sair da visão imponente do meu sequestrador.
Separei uma roupa que parecia com a mais confortável dali e peguei, junto com uma roupa intima e produtos de higiene. Tomei o banho que durou longos minutos, troquei de roupa e dedilhei a pequena estante que havia no quarto, procurando um livro interessante.
– É você!
⚠︎
Depois de longas horas lendo, guardei o livro que já se passava da metade e saí do quarto, descendo as escadas e indo até a cozinha. Vi que Tomioka estava ali e estremeci.
– Eu ia te chamar para jantar. – Ele olhou-me de cima a baixo, deixando-me desconfortável.
Não respondi nada, apenas sentei e olhei para a panela, vendo uma espécie de strogonoff ali. Meu estômago embrulhou. Não quero comer nada vindo dele.
– Come. – Ele ordenou, fazendo-me colocar pouca comida por pura pressão.
As vezes se passa pela minha cabeça que estou a vontade demais aqui, o que me deixa tensa. Ele pode estar criando uma visão "bondosa" dele para mim, para finalmente me atacar por trás.
Tenho que ficar de olho.
– Satisfeita?
– Sim.
Ele não disse mais nada, muito menos eu.
Pensei na possibilidade de estar aqui há apenas algumas semanas, porém quero saber uma data definida, assim, quando eu fugir, vou dar todas as informações.
– Quanto tempo faz?
– Um mês.
E o silêncio reinou novamente.
– Quando vai me levar para fora de novo? – Outra pergunta. Ele cerrou os olhos e me encarou fixadamente. Droga.
– Surpresa.
Ele saiu da cozinha, deixando-me sozinha e perdida em meus próprios pensamentos.
❦︎
Oi gente!
Foge ou não foge? (os que já leram, sem spoiler, vou ficar de olho);)
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Beijo!
REVISADO!
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cativeiro - Tomioka Gyuu - GyuuShino
FanfictionShinobu sai de sua casa para se encontar com seu namorado virtual, Douma. O garoto não vai ao local combinado e acontece uma coisa que pode mudar a vida de Shinobu para sempre. talvez um assassinato? leia para saber... 𝑝𝑙𝑎𝑔𝑖𝑜 𝑒́ 𝑐𝑟𝑖𝑚𝑒! �...