Estava lendo o livro que ele me deu, porém a história é bem chata e entediante.

Acho que ninguém gostaria de ler um livro de assassinato enquando se está sequestrado.

Tomioka me deixou trancada no quarto, ele me disse que iria sair e iria demorar, então aqui estou eu.

Estou na página 47 do livro, nesse meio tempo conheci todo tipo de forma de matar alguém. Quem sabe eu não consiga o matar?

Estou precisando tomar banho, dentro desse cativeiro é muito quente e sujo... Bom, pelo menos o "meu" quarto.

Ele me deu umas blusas dele, são bem bonitas e cheirosas... Ele até que tem um cheiro bom.

Mas não muda o fato de que ele me sequestrou.

Pego uma blusa preta de alguma banda de rock, uma calça moletom que ele havia comprado e roupas intimas que ele também tinha comprado.

Enquanto tomava banho eu pensava sobre tudo que estava acontecendo na minha vida. Como pode alguém ser tão burra ao ponto de fugir de casa para se encontrar com alguém?!

A autocrítica veio com tudo.

Eu perdi amigos muito próximos, minhas irmãs e a minha liberdade.

Mas agora eu não posso ficar remoendo erros do passado, tenho que aprender a lidar com tudo isso, ou então vou acabar morta.

Tomioka não é uma pessoa amigável, a única vez que ele me deu um sorriso gentil me deu medo! Cheguei a pensar que ele iria me cortar em pedacinhos depois.

Desligo o chuveiro quando escuto o barulho da porta abrir, foi a do quarto.

— Onde você está, Kocho? - Ele perguntou, me deixando tensa.

— Tomando banho, já estou saindo! – Falei. – Não entra no banheiro!

— Hum, certo.

Desligo o chuveiro e me enrolo na toalha, troco de roupa e penteio meu cabelo que agora está molhado.

— O que foi? – Perguntei baixinho.

Vejo que ele está sentado na cama, do seu lado tem umas cinco sacolas grandes.

– O que é isso? – Pergunto.

– Roupas, peças íntimas e alguns livros pra você. – Ele disse enquanto dava de ombros.

– Obrigada...

Acho meio estranho o jeito dele, tem horas que ele está puto da vida, mas também tem horas que ele está calmo, isso acaba me confundindo.

Não acho legal ser amiga de um sequestrador, qualquer momento ele pode me matar.

– Experimenta.

– Aqui? – Me encolhi.

– Onde mais seria? – Dei de ombros novamente.

Pego uma sacola e vejo um conjunto de moletom preto, pego e levo para o banheiro.

Seria muito vergonhoso me trocar na sua frente.

Depois de vestir eu mostro como ficou para ele, Tomioka só fala:

– Ficou bom.

– Eu sei. – Saí novamente e experimentei todas as outras roupas que ele havia trago, incluindo as íntimas. Mas claro, não mostrei pra ele.

– Obrigada pelas roupas, são bonitas.

– Eu tenho bom gosto. – Ele se gabou, me fazendo rir baixinho.

cativeiro - Tomioka Gyuu - GyuuShinoOnde histórias criam vida. Descubra agora