Prólogo

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A pequena Sakura corria através dos campos verdes tomando cuidado extra para não pisar em nenhuma das poucas flores que a própria natureza havia semeado ali. Passou correndo pela plantação de arroz, onde vários trabalhadores aravam e preparavam a terra com os nutrientes certos, para que seus frutos prosperassem.

– Otou-san! –gritou sorrindo aproximando-se rapidamente do homem de cabelos castanhos arroxeados que lhe retribuía o gesto.

Haruno Kizashi era um homem de quase quarenta anos, desde criança sempre trabalhara nas terras e isso se mostrava na sua pele marcada pelo sol e sofrimentos do passado. A verdade era que grande parte de seus problemas haviam desaparecido, ou ao menos, agora dava menos valor á eles, pois tudo o que importava era ter sua pequena Sakura florescendo em sua vida.

– Sakura! Leve isto á sua mãe, por favor. –solicitou entregando-lhe um pequeno cesto com alguns tomates.

– Hai! –assentiu controlando sua correria para não derrubar sua encomenda.

No caminho, parou diante da ponte que atravessava o pequeno riacho para lançar uma pedrinha como sempre fazia, ás vezes pensava que os pequenos cascalhos que depositara ali, tapariam toda água do riacho. Então continuou seu percurso e ao invés de atravessá-la de maneira convencional, pôs-se a percorrê-la com equilíbrio pelo corrimão.

Chegou ás moradias simples e semelhantes, encontrando a loira de olhos verdes estendendo os poucos lençóis no varal.

– Okaa-san! Otou-san pediu-me para lhe entregar isto. –estendeu a cesta em sua direção.

– Arigatô minha filha e antes que me esqueça, temos de ir ao mercado principal.

Haruno Mebuki era uma fiel parceira de seu marido e uma exímia mãe para Sakura desde seu nascimento, há sete anos. Dividia seu tempo entre o trabalho nas terras e os afazeres do lar.

Já no mercadão, Mebuki conversava com uma conhecida enquanto Sakura assistia deslumbrada a chegada de vários homens que caminhavam em uma fila alinhada: todos usavam uma roupa vermelha como sangue e por cima as peças da armadura negra. Cada um deles trazia na cintura uma bainha para sua katana e no peito o símbolo de seu clã, era a forma de identificá-los.

Á frente de todos eles estava um rapaz alto e esguio. Sua pele era pálida e seus cabelos quase azuis de tão negros. Sua armadura era diferente das demais, era maior e mais enfeitada, Sakura imaginou que isso significava que o rapaz era o líder deles, entretanto fisicamente, o moreno mostrava que não era nada mais que um garoto.

Seus olhos negros varriam as barracas e de alguma forma, aquele olhar impunha respeito e até certo receio nos cidadãos ali presentes. Quando se viu alvo dele, não conseguiu desviar e abaixar a cabeça como todos os outros faziam e por uma fração de segundo, parecia que ambos estavam disputando quem afastava os olhos primeiro. Sakura só recuou, pois teve sua atenção desviada pela mãe:

– Isso é preocupante, desde que os Hyuga tomaram o poder tem sido assim.

– Okaa-san quem são esses homens?

– São os samurais do novo Império, estão aqui para evitar revoltas.

– Então eles são bonzinhos?

– Estão aqui para garantir a paz do Imperador, então sim filha. –respondeu docemente.

Ainda não entendia bem o que se passava, mas ouvira os pais e os outros camponeses da aldeia dizerem que Jiraiya tivera seu palácio e título de Imperador tomado pela elite dos Hyuga. Não eram todos que aceitavam a nova liderança autoritária do novo monarca Hiashi, saqueadores aproveitavam o clima tenso para cometer seus crimes e aí entravam os samurais, para garantir a paz em nome do Imperador, mesmo que para isso tivessem de sujar suas lâminas.

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