Capítulo XII - Acertos finais

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Jogou um dos leques no ar, rodopiou o corpo e por fim, o mesmo caíra encaixado em sua mão, tão bem posicionado quanto seu par. Mikoto apressou-se em bater palmas, sorrindo abertamente para sua única e aplicada discípula.

– Meus parabéns Sakura! Foi divina, está pronta para se apresentar nas casas de chá. –era bom ver a Uchiha sorrindo daquela forma depois de tanto tempo, e pensar que era graças à ela de uma forma ou de outra.

Arigatô Mikoto-sama, tu és a maior responsável por isso. –agradeceu.

– Apenas ensinei algumas coisas para quem já tem um talento nato. Está quase pronta, resta o último estágio, que ajudará a encantar não só o tal rapaz, como também qualquer outro.

Sakura continuava intrigada enquanto seguia Mikoto para fora da casa sede do distrito. Só quando chegaram ao pátio, onde muitos moradores passavam carregando mantimentos e ferramentas, mães andavam de mãos dadas com os filhos e ninjas faziam guarda, a mulher esclareceu-lhe:

– A maior ferramenta de conquista que uma gueixa pode ter não é o corpo, quanto menos a beleza em si... As verdadeiras gueixas, acima de tudo, são aquelas que conseguem prender a atenção de todos, com um único olhar.

– Um olhar? –repetiu em dúvida.

– Exato, observe. –disse afastando-se.

Nesse momento, um homem passava carregando uma pequena pilha de lenha. Mikoto então esbarrou no mesmo. O impacto fez com que os três tocos fossem ao chão. Irritado, o homem ia proferir palavras zangadas, mas foi impedido pelo contato direto do olhar inocente e charmoso da mulher com o seu.

Gomen. –pediu educada.

– Não, não se preocupe Mikoto-sama, a culpa é minha por não prestar atenção no caminho. –sorriu, pegando a lenha de volta e fazendo-lhe um cumprimento, para só então, seguir seu caminho de volta.

– Viu só? Eu era a desavisada e foi ele quem se culpou. –falou aos risos quando retornou para junto da rosada.

– Como fez isso? –indagou impressionada.

– Erga os olhos lentamente e mire os dele, aliás, mais do que isso: tente enxergar sua alma, daí ou o mesmo estará igualmente preso em seu olhar, ou irá se intimidar tanto, que ainda assim não conseguirá se afastar. –explicou.

– Ouvindo assim até parece ser fácil.

– E será, Sakura. Ainda mais se tratando de ti e esses olhos verdes que os deuses a deram de presente. Agora é a sua vez. –disse delicadamente.

A rosada então tomou coragem e pôs-se a caminhar naturalmente, quando avistou um jovem que caminhava aparentemente apressado. Disfarçada e delicadamente, esbarrou no mesmo e após o impacto, aproveitou para lançar lhe o olhar.

Gomen, eu não quis machucá-la. Está bem? –pôs-se a perguntar preocupado.

Hai, não foi nada. –respondeu docemente.

– Tem certeza? Posso acompanhá-la até sua casa se quiser.

Arigatô, mas realmente não é necessário. Tenha um bom dia. –cumprimentou-o educadamente e então, subitamente se retirou. Ainda sentia o olhar do jovem sobre si quando se juntou novamente à Mikoto, a mesma tinha um olhar cumplice e satisfeito para si.

– Isso foi muito bom. –a morena elogiou quando já se encontravam novamente em casa. – Homens são como pavões Sakura, eles gostam de exibir sua plumagem, ser admirados e reverenciados, quer seja por sua beleza, inteligência, riqueza, mas principalmente pelo seu poder.

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