O campo adornado por pequenas florzinhas amarelas que formavam a imensidão no horizonte sacolejava com o vento, como se dançasse algum ritmo alegre e dançante. Oito anos tinham se passado desde que a única família que vivia nos arredores tinha vindo parar ali, a casa simples não condizia com as visitas ilustres que recebia: líderes de um clã importante e até mesmo o Imperador e seu herdeiro eram recebidos com ânimo pelos quatro integrantes da família.
Sob o sol do entardecer, Sasuke tinha um fio de trigo entre os lábios enquanto se apoiava na enxada, quem via o homem em trajes simples de algodão como um reles fazendeiro diante de sua modesta plantação, jamais imaginaria que ele fora um dos grandes samurais do clã Uchiha. Ao seu lado, um menininho praticamente idêntico a si mesmo, exceto pelos olhos verdes, colhia algumas ervas daninhas que insistiam em nascer entre as plantações de soja e trigo cultivadas.
— Está tarde, Daisuke. Vamos para dentro.
— Posso levar essas flores para a okaa-san? — perguntou o pequenino de cinco anos com a voz doce e esperançosa.
— Claro. — todos os dias o filho lhe pedia permissão para levar as mesmas flores campestres para Sakura, que recebia o pequeno ramalhete improvisado com expressão de surpresa e ineditismo de quem o recebia pela primeira vez.
Adentraram a pequena casa e como de costume, Sakura abriu um sorriso iluminado e beijou as bochechas gorduchas do filho com amor após receber o seu presente. Ela não era a única pessoa grata naquele recinto, pois Sasuke ainda se surpreendia naqueles momentos em que admirava a sua esposa distraída, em que podia vislumbrar a perfeição que ela era para si, tão brilhante e gloriosa quanto a maior das estrelas, ela era o seu sol.
— Viu só? A okaa-san me deu dois beijos! — provocou a irmã mais velha, que estava sentada junto a mesa separando alguns grãos.
— Grande coisa, você dá a ela as mesmas flores todos os dias. — Sarada debochou, a menina que também muito se assemelhava ao pai, tinha um tom racional e maduro de falar, embora só tivesse oito anos de idade.
— Por que estão discutindo? Eu amo essas flores e darei dois beijos em minha filha também. — a mulher de cabelos róseos comentou antes de se dirigir às bochechas de Sarada. — E para que não haja mais ciúmes, o otou-san também ganha um beijo. — caminhou até o marido, passando as mãos por seu pescoço e plantando um gesto cálido em seus lábios, enquanto as crianças assistiam a cena com uma expressão de nojo em suas feições.
— Aishiteru. — ele deixou escapar como um sopro.
— Aishiteru. — rebateu no mesmo instante.
Depois disso, Sakura ajudou as crianças a se banharem e ao lado de Sasuke, preparou o jantar, então sentaram-se e rezaram, agradecendo pelo alimento que dispunham e apreciaram a refeição. Em seguida, enquanto as crianças brincavam começou uma nova briga: o temperamento sangue-quente de Sarada sempre se mostrava quando o irmão começava a provocá-la sobre ela gostar do príncipe do Império e filho do grande amigo de seus pais, Boruto.
— Eu vou, ou você vai? — questionou Sakura com a cabeça recostada no ombro do marido, ambos estavam sentados na varanda, admirando o céu lindamente estrelado enquanto conversavam entre pausas para desfrutar do silêncio naquela noite encantadora.
— Pode deixar comigo. — tocou a mão antes de levantar-se para botar em ordem a relação dos filhos.
E assim, Sasuke e Sakura viviam pacatamente, de forma que as lembranças de outros tempos não passavam disso, apenas memórias que tinham de desafios e lutas superadas. Quando as crianças já tinham sido postas para dormir, o casal finalmente pôde ter um vislumbre de privacidade:
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Diz pra mim
FanficJapão, período Edo. Depois que os Hyuga tomaram o trono, o clã Uchiha ficou responsável pelo exército samurai. Os samurais são incumbidos de manter a paz do Imperador, entretanto o novo Império não foi bem aceito por todos e um exército misterioso v...