Capítulo XXVII - Precipitado

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Ela pagaria por isso. Era tudo o que o Uchiha pensava em fúria enquanto observava sua esposa, que dormia com uma serenidade pura, de quem não tem nada a temer, o que não era verdade. Não que Konan fosse uma mulher perigosa, diferente de Sakura, a mesma nunca empunhara uma katana em mãos, no entanto ele mais do que ninguém, admitia que o ódio era capaz de cegar as pessoas, pois se não fosse pela rosada, havia matado aquela gueixa aposentada com seus próprios punhos, talvez tivesse sido o melhor a se fazer de fato.

Konan tinha perdido tudo. Não tinha mais riquezas, reconhecimento e, embora o distrito da Akatsuki ainda existisse, soube que a mesma não havia retornado para lá, provavelmente pela saudade e lembranças que o lugar transmitiam de seu marido e do único filho e essas perdas motivavam a vingança. De todos os peões, Sakura era a que tinha menos culpa pelo que acontecera aos dois, principalmente ao jovem Sasori, ela apenas cumprira ordens, mas nunca desejou a morte do mesmo e agora, era o alvo de Konan, apesar de que tinha certeza de que o alvo da ex-amante era ele próprio.

Não podia permitir que sua amada pagasse por um erro seu. Erro este que cometera há tanto tempo, no instante em que pusera seus olhos naquela até então bela mulher. Em sua concepção tinha pago por tal culpa no instante em que vira sua casa ser destroçada pelos inimigos, e por isso mesmo, não seria castigado novamente. Decidiu que começaria uma caçada por sua adversária e dessa vez, acabaria com o que havia começado anteriormente, sem interrupções ou impedimentos.

...

– Não pode deixar os seus deveres com o clã agora Sasuke. Todos precisam de você. –Fugaku bronqueou consigo.

– Entenda otou-san, existe uma pessoa a solta pronta para ferir minha esposa, quem dirá quem mais pode ser atacado para me afetar, não posso deixá-la a solta. –rebateu impacientemente.

– Até me esqueci de que Konan tinha conseguido fugir em meio ao caos do confronto daquela noite. –Itachi observou distraidamente.

– Sei que não estamos com equipes para isso, mas mande alguém encontrar essa mulher. –sugeriu o pai.

– Não, quero fazer isso com minhas próprias mãos. Vocês dois sempre tomaram conta de tudo, podem fazê-lo até que eu cumpra essa missão á parte. –decidiu altivo.

E assim o fez, Sasuke tomou um corcel negro e uma capa da mesma cor e passou a procurar por Konan. Primeiro, recorreu a sede da Akatsuki, os moradores não o receberam muito bem, mas diante do temor não tiveram outra opção se não atendê-lo. Aparentemente, ninguém tinha notícias da mulher, que nem ao menos seus belos trajes levara consigo, era até estranho imaginar que alguém como ela deixaria sua vaidade de lado, pois sempre pareceu ser feita disso: pura vaidade.

Decidiu então que o melhor seria descobrir mais sobre Konan, já que nada sabia de suas origens. Onde vivia antes de se casar? Tinha parentes vivos? Alguém que pudesse acolhê-la? Foi até o palácio, no qual pediu ajuda ao escrivão do Imperador, responsável por documentar e controlar a população da capital, como fora casada com um homem importante, era normal que constasse alguma informação á respeito dela também.

Como não podia fazer nada enquanto a pesquisa não findava, retornou ao seu posto no distrito. Logo as avaliações para a escolha dos novos soldados começariam e embora não pudessem se dar á luxos, tinham de adotar alguns critérios nesse processo.

Chegou em meio à uma seleção. Kakashi, Fugaku e Itachi avaliavam principalmente as condições físicas dos candidatos, e embora buscassem privilegiar talvez os que já tivessem alguma experiência prévia, sabiam que nas atuais condições, isso nada poderia determinar já que as opções não eram muito vastas. Apesar disso conseguiram um número considerável de soldados, com o início treinamento era provável que esse número diminuísse ainda mais.

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