Capítulo XXI - Castigo

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Dois ninjas a escoltaram até seus aposentos, no qual Mikoto e um trio de criadas a aguardavam. Soube então, que havia chego a hora. Mesmo com o caos instaurado no distrito, o plano tinha que continuar. A culpa agora pesava em sua consciência por contribuir com a tirania do Uchiha. Pesava-lhe sobretudo, por Sasori, o qual ela enganara cegamente e Sasuke, que jazia preso em uma das celas dos calabouços, sem saber qual fim o aguardava.

No entanto, Sakura não havia sido apenas uma gueixa em tudo isso. Sua face não se tornara apenas uma máscara de ilusões e mentiras. Ela também aprendera a ser uma guerreira. Sua lâmina era nesse estágio, uma extensão de seus braços, tanto quanto o leque deveria ser. E, naquele instante enquanto era preparada e embelezada para o maior espetáculo de sua vida, prometera à si mesma que Sasori não se machucaria, ao menos fisicamente, pois a ferida que a verdade deixaria seria inevitável, e também, que faria mesmo o que lhe fosse impossível, para tirar Sasuke de sua prisão.

Mikoto também tinha o desespero e a preocupação estampados em sua face. Graças aos anos de convivência e por tê-la como uma mãe, Sakura era capaz de compreender em palavras, o que os olhos negros da mais velha transmitiam, para ela, agora já não importava a vingança, a recuperação da glória Uchiha ou do conforto que sempre possuíra, nesse instante a morena apenas desejava o bem de seus filhos, seu marido e o fim do terrível homem com o qual era forçada a conviver.

Sakura assentiu para a Uchiha, que retribuiu o gesto como uma gentileza. Após toda a arrumação, ambas foram conduzidas até a saída do distrito. O fogo havia cessado, mas os vestígios da destruição estavam por toda parte, principalmente nos olhares dos poucos moradores que não estavam refugiados ou temerosos de mais sobre serem as próximas vítimas. "Aquilo não podia continuar" - a rosada repetia insistentemente em pensamento.

Madara já as aguardava. Apesar do sumiço de sua fonte de poder, a confiança em seus traços era palpável. Em seu rico traje de samurai banhado á ouro, notava-se a figura de um vencedor. Ao seu redor, três dezenas de ninjas o zelavam, porém obviamente sabia-se que existiam muitas outras dezena deles..

– É chegada a hora de mostrar seu talento bela flor, embora a atuação mais grandiosa dessa noite não seja a sua. –disse esbanjando confiança, e o modo como a chamou fez Sakura sentir ainda mais repúdio. – Venha conosco minha querida Mikoto, lhe darei um lugar especial para que assista ao espetáculo.

– Eu jamais perderia a noite de estreia de Sakura. –rebateu secamente.

Sakura seguiu à bordo de uma jirinkisha*, já que não deveria ser vista junto dos Uchiha. Ao chegar, descera com facilidade devida à prática adquirida. Seu quimono era longo, num tom vermelho escuro, quase vinho. As bordas eram douradas, assim como as estampas ocidentais formadas por sua extensão. Apenas a parte superior de seus cabelos estavam presos a delicados adornos, o resto caia solto até o meio de suas costas.

A música já se fazia presente, enquanto maikos faziam sua apresentação típica, a entrada para o show principal. Entrara pelos fundos do teatro principal da cidade, trazendo a lâmina que ganhara de Sasuke embainhada em sua perna esquerda, na qual havia uma fenda no traje. Esperava não ter de usá-la naquela noite.

...

O vento gélido adentrava pelos corredores dos calabouços. Era como uma presença fantasmagórica pairando pelo ambiente, assim como aqueles seres feitos de sombras que seguiam Madara. Sasuke bateu o punho contra a parede de sua cela. Eles nem mesmo tinham um plano para deter Madara, porém sabia que não podia ficar ali parado enquanto o tio avançava em seu plano.

– De nada adianta, não vai conseguir quebrar esses muros. –a voz tão conhecida se manifestou.

Apesar da pouca iluminação, Sasuke conseguiu perceber de onde a voz viera, localizando na cela à sua esquerda, a presença de Fugaku.

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