ESQUECE ESSA GAROTA!

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Nos afastamos, suspirei aliviada sem que ela percebesse. Que loucura foi essa? Valentina tinha a habilidade de me irritar sempre, mas ultimamente minha irritação era mais comigo mesma do que com ela, eu queria muito entender como ela conseguia mexer assim comigo, parecia que ela nem se esforçava, só de pensar já me dava vontade de cancelar as aulas, dar motivos para ela voltar a ficar brava comigo, mas eu sei que eu precisava ser mais madura com relação a isso tudo.

- Muito bem, você está indo bem. Semana que vem podemos seguir com o restante da coreografia, acredito que mais umas três aulas você pegue bem. – Disse da maneira mais "normal" que consegui.

- Ãhn, certo, obrigada. – Ela parecia distante quando falei lhe chamando atenção, o que será que estava pensando? – Você quer uma carona para casa? Posso te levar.

- Não, não precisa, eu já combinei com o meu pai. – Falei rapidamente, conversávamos enquanto arrumávamos nossas coisas para ir embora.

- Certo, se semana que vem você quiser, eu posso te levar, não tem problema.

- Na moto? – A encarei colocando as mãos na cintura com uma expressão de "nem morta".

- É.

- Acho que nossas experiências com a moto não foram das melhores e eu tenho uma promessa pra cumprir com você, lembra? Sem brigas.

- Certo, você que sabe. – Levantou as mãos em sinal de rendição. – E seu pai vem agora?

- Deve estar chegando.

Fomos nos dirigindo a rua para ver se ele já estava ali, mas ainda não estava, enviei-lhe uma mensagem no whatsapp avisando que já estava liberada enquanto Valentina entrou no estacionamento para buscar a sua moto, saindo logo em seguida e parando ao meu lado.

Ela retirou o capacete e ficou apenas em cima do veículo com ele desligado, encorada no capacete com a famosa cara de bad girl, tinha a impressão que ela fazia de propósito, se mostrava assim para as pessoas, não sabia se para esconder algo ou reforçar essa sensualidade natural que exalava dela.

- Ele está vindo? – Questionou.

- Sim, está a caminho. – Confirmei. – Pode ir, ele não deve demorar.

- Eu não vou te deixar aqui sozinha, já escureceu. Se você fosse menos teimosa...

- Eu não sou teimosa, mas a última vez que eu aceitei uma carona sua, bom... Você sabe. – Naquela ocasião ela havia dirigido igual uma louca por entre os carros, em uma velocidade excessiva.

- Você não é teimosa? – Falou rindo alto na sequência. – Luiza, você é a pessoa mais cabeça dura que eu conheço, mas não é uma crítica, só estou dizendo que você é assim.

- Nossa, a mais cabeça dura? – Me deixei levar pelo clima leve, estávamos rindo juntas e por incrível que pareça eu estava começando a me sentir confortável perto dela.

- Sim, a mais teimosa, você sabe que exagerou no lance da carona, porque além de teimosa você é implicante.

- Implicante também? Isso que você pensa de mim, Valentina? O que mais você acha que eu sou? Pode falar, agora fiquei curiosa.

- Cabeça dura, implicante, tem uma personalidade fortíssima, é inteligente, centrada, dedicada, autêntica, a melhor dançarina que eu conheço e a mais bonita também. Quer que eu continue? – Óbvio que eu estava da cor de um pimentão e meu cérebro começou a procurar o que responder a ela depois disso e Valentina por sua vez seguia com aquele maldito sorriso nos lábios.

Verdade ou Desafio?Onde histórias criam vida. Descubra agora